A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta sexta-feira (30) que revisou a perspectiva do rating de crédito do Brasil de positiva para estável. Em comunicado oficial, a Moody’s afirma que “a mudança da perspectiva reflete uma redução dos riscos positivos de crédito, diante de um agravamento acentuado da capacidade de pagamento da dívida e de um progresso mais lento do que o esperado na redução da rigidez dos gastos e na construção de credibilidade da política fiscal”.
Reação do mercado e avaliação de especialistas
Segundo um agente de mercado, que prefere manter o anonimato, a mudança da Moody’s reforça um movimento reativo da agência e evidencia um risco maior de deterioração da nota brasileira. A Moody’s havia elevado a nota de crédito do país em outubro de 2024, deixando o Brasil próximo ao grau de investimento, perdido em 2016.
Ele explicou que “a Moody’s, antes de tudo, já estava atrasada há muito tempo quando, em outubro do ano passado, elevou a nota de crédito do Brasil. Por que estava atrasada? Porque estava um degrau abaixo do que as outras agências classificavam o Brasil”.
De acordo com o especialista, isso indica que as próprias agências de classificação não estavam enxergando a deterioração do ambiente fiscal que o mercado já identificava há meses.
Perspectivas de risco e situação fiscal atual
“O que a Moody’s trouxe só confirma aquilo que o mercado vem falando sobre o risco do Brasil: ele está muito mais próximo de um downgrade do que de um upgrade, justamente por esse ambiente fiscal conturbado”, afirmou o especialista.
Ele também ponderou que, embora o governo destaque o bom desempenho do PIB no primeiro trimestre, o resultado foi obtido com uma política fiscal expansionista, que pressiona a inflação e mantém a taxa de juros no maior nível dos últimos 19 anos. “Tudo isso afeta negativamente a relação dívida bruta/PIB, o principal indicador das agências para avaliar a nota soberana. O Brasil está mais perto de ter uma piora da sua nota do que de uma melhora”, completou.
Impactos para o cenário econômico brasileiro
Segundo a avaliação, a deterioração do ambiente fiscal amplia a vulnerabilidade do país a uma possível nova revisão para baixo do rating de crédito, o que pode elevar custos de financiamento e afetar investimentos externos.
Especialistas indicam que o contexto atual evidencia a necessidade de avançar com reformas estruturais e controle dos gastos públicos para evitar uma piora contínua na classificação de risco.
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