Na última sexta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma importante declaração durante o relançamento do programa do Ministério da Saúde voltado para a redução da fila de especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). Em um gesto de reconhecimento, Lula se desculpou publicamente com a ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade, por não tê-la convidado para o evento. Essa iniciativa marca uma nova fase do programa, que agora passa a se chamar “Agora tem Especialistas”, sob a gestão do atual ministro, Alexandre Padilha.
O programa “Agora tem Especialistas”
O novo programa do Ministério da Saúde tem como objetivo oferecer atendimento especializado no SUS, estabelecendo parcerias com clínicas e hospitais privados em seis áreas prioritárias. Dentre as ações previstas, destacam-se:
- Atuação de unidades móveis e mutirões nas áreas remotas e populações indígenas, ampliando o acesso a especialidades médicas;
- Uso do Telessaúde para consultas e exames, visando reduzir o tempo de espera dos pacientes;
- Comunicação digital facilitada com as unidades de saúde, que poderá ocorrer por meio do aplicativo Meu SUS Digital ou pelo WhatsApp.
“A Nísia fez um esforço quase desumano para colocar esse programa em pé. Eu sei o quanto ela trabalhou, o quanto eu cobrei. Ela deve estar assistindo à gente em algum lugar e deve estar torcendo, porque metade disso aqui, um pouco mais, é responsabilidade da companheira Nísia”, afirmou Lula, reconhecendo a importância do trabalho de sua ex-ministra.
Desafios e oportunidades
A implementação deste programa não foi simples. Embora a proposta tenha sido lançada durante a gestão de Nísia, ela não chegou a ser efetivada, o que acabou contribuindo para sua saída do ministério. Lula reconheceu o erro de não ter convocado Nísia para o relançamento, afirmando que era um dia importante para ela e para todo o sistema de saúde brasileiro. “Agradecer Padilha. Dizer para Nísia que foi um erro meu não convocá-la pra estar aqui”, completou.
A criação do programa “Agora tem Especialistas” é uma resposta a uma das principais bandeiras defendidas por Nísia Trindade, que tinha como foco ampliar o número de atendimentos especializados no SUS. O governo acredita que, por meio deste novo formato, será possível agilizar os atendimentos e reduzir as filas para consultas especializadas.
Expectativas e impactos do programa
A expectativa do governo federal é realizar o credenciamento de clínicas e hospitais da rede privada, englobando especialidades como oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Além disso, o uso de Telessaúde está projetado para reduzir em até 30% as filas com exames e consultas, o que representa um investimento significativo de R$ 200 milhões em recursos do ProadiSUS.
O monitoramento das consultas e dos atendimentos será feito através do aplicativo Meu SUS Digital, além de contatos via WhatsApp e ligações para verificar a satisfação dos pacientes após os procedimentos. Para garantir a mobilidade e facilitar o acesso aos especialistas, o programa prevê a utilização de mais de 6 mil veículos, entre ambulâncias, vans e micro-ônibus. O investimento total para essa ação em 2025 é estimado em R$ 870 milhões.
Com essas inovações, espera-se melhorar consideravelmente a experiência dos cidadãos que dependem do SUS, permitindo um acesso mais rápido e eficiente aos cuidados de saúde que necessitam. O presidente Lula manifestou otimismo e determinou que a execução desse projeto seja uma prioridade, visando um sistema de saúde mais justo e disponível para todos os brasileiros.
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A conclusão do lançamento do programa e a declaração de Lula em favor da ex-ministra Nísia Trindade simbolizam um momento importante para a saúde pública brasileira, onde se busca restaurar e melhorar a confiança da população no SUS.