Nesta quarta-feira (30), o IBGE divulgou os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre de 2025, indicando um desempenho mais aquecido do que o esperado, mesmo com a elevação dos juros básicos pelo Banco Central para 14,75% ao ano. A economia continua surpreendendo positivamente, com sinais de desaceleração diferenciados do previsto inicialmente pelos economistas.
Projeções de crescimento revisadas para cima
Apesar do cenário de alta taxa de juros, os analistas já revisaram suas projeções de crescimento para o primeiro trimestre, antecipando um ritmo superior ao esperado. Segundo o governo, o PIB de 2025 deverá subir 2,4%, acompanhando um aumento na receita, na agropecuária, além do mercado de trabalho aquecido e crédito em expansão. Para o técnico da Banco Central, o crescimento deve desacelerar mais nos próximos trimestres, especialmente na segunda metade do ano.
Setores impulsionadores e efeitos no mercado de trabalho
O desempenho da agropecuária, que apresentou uma supersafra e contou com clima favorável desde outubro passado, tem sido determinante para o crescimento de início de ano. Além disso, o setor de serviços se manteve forte, contribuindo para a continuidade do crescimento econômico mesmo em um cenário de juros elevados. O mercado de trabalho também se mostrou aquecido, com aumento na concessão de crédito — especialmente nos empréstimos consignados, impulsionados pelo programa lançado pelo governo em março para trabalhadores do setor privado.
O impacto das contas e expectativas para o segundo trimestre
Embora o desempenho seja positivo, os economistas alertam que o consumo deverá desacelerar no segundo trimestre e na segunda metade do ano, sinalizando uma moderação na expansão econômica. A expectativa do Ministério da Fazenda é que o crescimento total de 2025 seja de 2,4%, um leve avanço em relação à estimativa anterior de 2,3%.
Contexto e fatores externos
O impacto do tarifão de Donald Trump, presidente dos EUA, com suas constantes mudanças de política comercial, não afetou as previsões sobre o desempenho econômico brasileiro. Além disso, o aumento na concessão de crédito, mesmo com juros altos, reforça o otimismo dos analistas, que veem uma economia resiliente e com potencial de crescimento sustentável.
Perspectivas futuras
Apesar do otimismo, o Banco Central reafirmou que o aperto na política monetária, com altas contínuas na taxa de juros, deve conter a inflação e desacelerar o crescimento mais agressivamente nos próximos trimestres. A combinação de fatores internos e externos mostra que, embora a economia apresente sinais de força, o cenário de desaceleração mais evidenciada estará na segunda parte de 2025.
Para uma análise detalhada, acesse o resultado do IBGE.