Nesta sexta-feira (30), a secretária de Estado da Mulher, Zenaide Lustosa, participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) que debateu o preocupante aumento dos feminicídios no estado em 2025. A discussão trouxe à tona a importância da rede de proteção, orçamento, campanhas de prevenção e a necessidade de envolvimento da sociedade na proteção às mulheres. Além disso, foi abordada a necessidade de fortalecimento dos organismos de políticas para as mulheres, principalmente no interior do estado.
Dados alarmantes sobre a situação das mulheres no Piauí
Durante o encontro, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida pela deputada Elisângela Moura e com a participação das deputadas Gracinha Mão Santa e Franzé Silva, foram apresentados dados que revelam a realidade crítica enfrentada pelas mulheres piauienses: dos 224 municípios, apenas 68 possuem órgãos dedicados às demandas femininas. Essa informação evidencia a carência de suporte institucional em várias regiões, especialmente nas áreas rurais, onde a violência contra as mulheres muitas vezes não recebe a devida atenção.

Compromisso com a proteção das mulheres
A secretária Zenaide Lustosa destacou a importância da interiorização das políticas públicas, enfatizando que é essencial que as prefeituras se comprometam a desenvolver ações integradas para levar suporte às mulheres. “O canal ‘Ei, mermã, não se cale’ funciona em todo o Piauí 24 horas, garantindo que mais mulheres possam acessar ajuda pelo número 0800 000 1673. Estamos lançando mais dois novos equipamentos de proteção às mulheres em Picos e São Raimundo Nonato e, além disso, realizando capacitação para as mulheres na área do empreendedorismo”, reforçou a secretária.
O apoio de representantes do Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública também foi crucial na audiência. Os especialistas enfatizaram a importância de ampliar e humanizar os canais de atendimento às vítimas, além de conscientizar a sociedade sobre os direitos das mulheres e as formas de denúncia por meio de campanhas educacionais. A humanização dos serviços foi um ponto central, uma vez que a forma como as vítimas são tratadas pode ter um impacto significativo em sua disposição para buscar ajuda e denunciar agressores.

Propostas para combater a violência de gênero
A audiência reafirmou a necessidade urgente de todos os entes federativos se comprometerem com políticas públicas que contemplem a interiorização dos serviços e ações educativas nas escolas para promover a igualdade de gênero. A responsabilização rigorosa dos agressores foi outro ponto destacado, e o deputado Franzé Silva anunciou a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tornará improbidade administrativa para gestores públicos que deixarem de cumprir as leis de proteção às mulheres. Essa medida visa assegurar que os direitos das mulheres sejam respeitados e que ações efetivas sejam implementadas para prevenir a violência.
A Secretaria das Mulheres reafirma seu compromisso com a luta contra o feminicídio e destaca que o fortalecimento da rede de proteção no interior é essencial para garantir segurança, apoio e justiça para as mulheres piauienses. Programas de capacitação e sondagens para avaliar a eficácia das políticas implementadas também serão realizados, pois só assim será possível criar um ambiente seguro e acolhedor para as mulheres em todo o estado.

A luta contra a violência de gênero no Piauí está apenas começando, mas o comprometimento da sociedade e das instituições é fundamental para criar um futuro melhor para todas as mulheres do estado.
Para mais informações sobre o trabalho da Secretaria das Mulheres, e as ações contra o feminicídio, você pode acessar o link aqui.