O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, marcando um recorde de 14 trimestres consecutivos de expansão, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse avanço reforça a recuperação econômica do país após a pandemia.
Setores de agropecuária e de serviços registram patamares recordes
No período, os setores de agropecuária e de serviços também atingiram níveis históricos. Os serviços, responsáveis por 70% da economia, cresceram 0,3%, impulsionados por atividades de informação e comunicação, que tiveram alta de 3%. A agropecuária, por sua vez, apresentou um crescimento expressivo de 12,2%, impulsionado por boas condições climáticas e safras de commodities como soja, milho, fumo e arroz.
Estratégias por trás do crescimento da agropecuária
De acordo com a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis, o desempenho da agropecuária deve-se a fatores climáticos favoráveis e ao aumento na produção de culturas de alta demanda, concentrada principalmente no primeiro semestre do ano. “A safra de soja, que é nossa principal lavoura, está crescendo bastante nesta temporada”, explica Rebeca.
Menor desempenho da indústria e dos investimentos
Apesar do bom desempenho geral, a indústria e os investimentos permanecem abaixo de seus picos históricos. Ambos atingiram seus recordes em 2013, e atualmente estão 4,7% e 6,7% abaixo desses níveis, respectivamente. Segundo a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis, a indústria é a única grande atividade econômica que ainda não recuperou completamente seu patamar máximo.
Efeitos da alta da taxa de juros
Rebeca aponta que setores industriais, como construção e indústria de transformação, sentem os efeitos da alta da taxa básica de juros (Selic), o que limita investimentos e produção. “Esses setores ainda ressentem a política monetária restritiva”, comenta.
Demandas e consumo manterem trajetória positiva
Na demanda, o consumo das famílias aumentou 1%, enquanto o consumo do governo cresceu 0,1%. As exportações também subiram 2,9%. Segundo Rebeca Palis, esses componentes continuam apresentando sinais de melhora, apesar de fatores como a inflação resiliente e juros altos ainda influenciarem o comportamento de consumo das famílias. “O mercado de trabalho e programas de transferência de renda continuam apoiando o crescimento”, destaca.
Embora o crescimento seja sustentável, a pesquisadora reforça que a política monetária restritiva limita o potencial de expansão do consumo das famílias. “Se não fosse essa política, poderíamos ver um crescimento maior no consumo doméstico”, afirma.
Perspectivas para o futuro econômico brasileiro
O resultado do primeiro trimestre reforça a perspectiva de estabilização da economia brasileira, com expectativa de continuidade neste ritmo de crescimento moderado. A forte performance do setor agropecuário deve se manter, embora o ritmo da indústria e dos investimentos precise de estímulos adicionais para recuperar os níveis de antes de 2013.
Para mais detalhes, acesse a fonte oficial do IBGE.