A taxa de desemprego no Brasil se manteve em 6,6% no trimestre terminado em abril de 2025, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (29/5). Esses números mostram uma leve variação em relação ao trimestre anterior, que apresentou uma taxa de 6,5%. A pesquisa apontou um cenário de estabilidade no mercado de trabalho brasileiro, apesar das dificuldades econômicas que o país enfrenta.
Aumento de trabalhadores com carteira assinada
Um dos destaques da pesquisa foi o crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu um recorde de 39,6 milhões de pessoas. Isso representa um fortalecimento do mercado de trabalho formal, refletindo uma melhor situação para os trabalhadores. O Brasil viu um aumento de 2,4% na população ocupada, somando 103,3 milhões de pessoas com emprego no país, o que é um indicativo positivo para a economia.
População desocupada se mantém
Durante o período, o número de pessoas desocupadas (quem procura emprego) alcançou 7,3 milhões, um número estável em comparação aos 7,2 milhões do trimestre anterior. Apesar do aumento na taxa de ocupação, a situação permanece desafiadora para muitos, com a taxa de subutilização da força de trabalho em cauteloso 15,4%, equivalendo a 18 milhões de pessoas. Essa taxa reflete aqueles que estão disponíveis para o trabalho, mas não estão efetivamente empregados, evidenciando um cenário onde muitos ainda enfrentam dificuldades para garantir a sustentabilidade financeira.
Desemprego e ocupação em 2024
No contexto do último ano, a quantidade de pessoas desocupadas foi de 7,4 milhões, o menor patamar em uma década. O nível de ocupação atingiu 58,6%, superando recordes estabelecidos anteriormente. Este crescimento no emprego formal contribuiu para a criação de 1,69 milhão de empregos com carteira assinada, representando um aumento significativo de 16,5% em relação ao ano anterior.
Desemprego em queda
Embora a taxa de desemprego tenha mostrado sinais de estabilidade, a comparação com os dados de 2024 revela uma queda de 11,5% no número de desocupados – uma redução de 941 mil pessoas. Isso mostra que, apesar de um contexto complexo, o mercado de trabalho está lentamente se ajustando e criando novas oportunidades para os brasileiros.
Dados da população ocupada
Informações adicionais da Pnad mostram que a força de trabalho do Brasil teve um crescimento de 0,3%, totalizando 110,5 milhões de pessoas. A massa de rendimento, que representa a soma dos pagamentos feitos a todos os trabalhadores, atingiu a marca histórica de R$ 349,4 bilhões, refletindo não apenas a estabilidade no mercado, mas também o crescimento econômico gradual que o país vem experimentando.
O analista William Kratochwill observa que “a estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma a boa absorção dos empregos temporários gerados no último trimestre de 2024”, indicando um cenário positivo de recuperação.
Rendimento e crescimento econômico
O rendimento médio dos desempregados ficou em R$ 3.426 por mês, considerado estável. Essa estabilidade no rendimento reflete uma recuperação gradual do mercado, onde as contratações estão aumentando à medida que a demanda por mão de obra qualificada cresce. O aumento de 3,2% nos rendimentos em relação ao mesmo trimestre do ano anterior também é um indicativo de que o mercado de trabalho está se adaptando às novas circunstâncias econômicas.
Perspectivas futuras
Com esses resultados, espera-se que a economia brasileira continue a se ajustar, promovendo a geração de empregos e melhorias nas condições de trabalho. Embora as taxas de desemprego permaneçam um desafio, a estabilidade no mercado e o crescimento contínuo dos trabalhadores formais são sinais de que o Brasil pode estar caminhando para uma recuperação mais robusta. A criação de empregos e a redução do desemprego são passos cruciais para a sustentabilidade econômica do país nos próximos anos.
Confira os principais dados da pesquisa Pnad Contínua:
- Nível de ocupação: 58,2%
- População ocupada: 103,3 milhões
- Taxa de subutilização: 15,4%
- População subutilizada: 18 milhões
- População desalentada: 3,1 milhões
- Empregados no setor privado: 53,3 milhões
- Empregados com carteira de trabalho no setor privado: 39,6 milhões (recorde)
- Empregados sem carteira de trabalho no setor privado: 13,7 milhões
- Empregados no setor público: 12,7 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 26 milhões
- Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
- Taxa de informalidade: 37,9%
- Trabalhadores informais: 39,2 milhões
Com o cenário ainda desafiador, as expectativas continuam a girar em torno de políticas que possam estimular a criação de novos empregos e a formalização de postos de trabalho, essenciais para que o Brasil avance em direção a uma recuperação econômica real e sustentável.