A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (29), Tadeu Almeida Silva, suspeito de estar envolvido na morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, de 44 anos. O crime ocorreu em Cravinhos, onde a vítima foi atraída para uma emboscada planejada por Tadeu e Marlon Couto, outro empresário que está foragido. As investigações revelam um enredo de desavenças comerciais e a elaboração de um plano que culminou em homicídio.
Desvendando a emboscada
De acordo com o delegado Heitor Moreira Assis, responsável pela investigação, a armadilha foi montada sob o pretexto de uma dedetização urgente na empresa em que a reunião se daria. Tadeu, gerente na empresa de Marlon, foi quem solicitou os serviços de dedetização, garantindo que todos os demais funcionários fossem dispensados. “Isso foi um subterfúgio que eles utilizaram para dispensar os demais funcionários para estar naquele momento só os três: o Nelson, o Tadeu e o Marlon”, explicou o delegado.
O crime aconteceu no dia 16 de maio, e a Polícia Civil investiga como Nelson foi atraído para a reunião fatídica. Após o assassinato, Tadeu confessou em depoimento que ajudou a ocultar o corpo de Nelson e que também levou seu carro até São Paulo, onde foi encontrado abandonado. O incentivar a dedetização e o auxílio na ocultação do corpo coloca Tadeu como um importante peça no quebra-cabeça do crime.
Os motivos do assassinato
As investigações revelam que desavenças comerciais foram o estopim para o crime. Nelson teria reclamado com Marlon sobre o uso de uma patente de um produto para emagrecimento, com uma cobrança de R$ 100 mil. Essa situação de tensão entre os dois só agravou o clima, levando à decisão trágica de eliminar a testemunha incómoda.
Além de Tadeu, a Justiça também expediu mandados de prisão para Marlon Couto e sua esposa, Marcela Almeida, que também são considerados foragidos. A participação deles no crime é uma prioridade para as autoridades, que estão em busca de prender o casal e encontrar o corpo de Nelson, que continua desaparecido.
Os desdobramentos da investigação
A polícia encontrou vestígios de sangue durante a perícia na empresa onde ocorreu o crime, o que reforça a convicção de que a emboscada realmente aconteceu. Tadeu revelou que, após o assassinato, Marlon teria colocado o corpo em uma caminhonete que foi levada a um rancho em Miguelópolis, no interior de São Paulo, onde a intenção era descartar o corpo no rio. Este relato aumenta a gravidade dos eventos e demonstra um plano meticulosamente orquestrado entre os envolvidos.
A atuação de Marcela Almeida
De acordo com as investigações, Marcela, esposa de Marlon, também tinha conhecimento do planejamento e das ações posteriores ao assassinato. Ela acompanhou seu marido até São Paulo para buscar Tadeu e, conforme os relatos, chegou a interagir com a esposa da vítima, tentando disfarçar seus reais objetivos. “Ela foi para São Paulo junto com o seu marido para tentar simular ajuda à família, mas na verdade estava apenas dissimulando tudo”, afirmou o delegado Assis.
Prisão e próximas etapas
A defesa de Marlon Couto garante que ele vai se apresentar para esclarecer os fatos, mas até o momento ele não foi encontrado. A defesa de Marcela Almeida não foi localizada para comentar o caso. Com a continuidade das investigações, a Polícia Civil se dedica a capturar os foragidos e tentar resolver o mistério do desaparecimento de Nelson Carreira Filho, um trágico episódio que afeta não apenas as famílias envolvidas, mas também a comunidade de Cravinhos.
O caso chama atenção pela seriedade dos crimes e pelos detalhes sinistros de uma trama de traição e ambição. A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o paradeiro de Marlon e Marcela seja encaminhada às autoridades, na esperança de esclarecer esse crime brutal.