Na manhã desta quinta-feira (28/5), o Supremo Tribunal Federal (STF) dá continuidade às oitivas de testemunhas na Ação Penal (AP) 2668. Essa ação investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado com o objetivo de impedir o funcionamento regular dos Poderes da República e destituir o governo eleito em 2022. O ministro Alexandre de Moraes, por videoconferência, ouvirá as testemunhas indicadas pela defesa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, um dos réus no processo.
Lista de testemunhas convocadas
A audiência, que começa às 8h, contará com a presença de seis testemunhas aprovadas por Moraes. Dentre os convocados, destacam-se o ex-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Abaixo, conheça os nomes das testemunhas indicadas:
- Bruno Bianco: ocupou a posição de advogado-geral da União durante a gestão de Jair Bolsonaro e é réu nesta ação penal junto com Anderson Torres;
- Paulo Guedes: exerceu a função de ministro da Economia no governo Bolsonaro de 2019 a 2023;
- Celio Faria: foi ministro da Secretaria de Governo durante o governo Bolsonaro, atuando como interlocutor entre o Governo Federal e o Congresso Nacional;
- Wagner Rosário: atuou como ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2017 a 2022;
- Adler Anaximandro Cruz e Alves: procurador federal com longo histórico na AGU, que também participou de reunião com Bolsonaro sobre a posse do presidente eleito;
- Adolfo Sachsida: advogado que integrou a equipe econômica de Bolsonaro até maio de 2022, quando se tornou ministro de Minas e Energia.
É importante destacar que Anderson Torres foi o réu que mais indicou testemunhas até o momento. Inicialmente, ele indicou 38 das 82 testemunhas total previstas. Dentre estas, a defesa desistiu de três e uma delas não compareceu.
A fase de depoimentos na ação penal
O STF já realizou depoimentos de várias testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), além de outras testemunhas sugeridas por colaboradores, como o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e o general Walter Souza Braga Netto. Também foram ouvidos o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
Papel de Anderson Torres na investigação
A denúncia contra Anderson Torres foi feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que afirmou que o ex-ministro integrou uma organização criminosa desde junho de 2021. Gonet argumenta que o grupo, supostamente liderado por Jair Bolsonaro, atuou em atos antidemocráticos no dia 8 de janeiro de 2023, com o objetivo de depor um governo legitimamente eleito.
Um dos elementos que levanta suspeitas sobre a participação de Torres na trama, segundo a acusação, foi uma live realizada por Bolsonaro, onde Torres supostamente ajudou a propagar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação.
De acordo com Gonet, o dia 8 de janeiro exemplifica o descumprimento deliberado das responsabilidades de Torres e de outros agentes de segurança pública, que deveriam ter prevenido os eventos violentos que ocorreram.
Tanto Anderson Torres quanto Jair Bolsonaro e os demais réus negam as acusações apresentadas pela PGR, afirmando que não houve tentativa de golpe ou ato antidemocrático por parte deles.
À medida que o processo avança, o país observa atentamente as audiências e os desdobramentos que podem impactar o cenário político nacional.
As audiências continuam a ser um tema central de discussão na sociedade brasileira e refletem a importância da manutenção da democracia e do respeito às instituições.
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