Uma recém-divulgada pesquisa aponta que o estado do Rio de Janeiro abriga cinco das dez grandes cidades com os piores índices de qualidade de vida do Brasil. O estudo, baseado no Índice de Progresso Social (IPS), foi realizado pelo Instituto Imazon em parceria com organizações da sociedade civil e abrangeu os 5.570 municípios do país.
Os municípios fluminenses e seus desafios
O IPS é composto por 57 indicadores sociais e ambientais que avaliam a qualidade de vida da população. Esses indicadores consideram diversos aspectos, como segurança, moradia, meio ambiente, acesso à água e saneamento, saúde e oportunidades. De acordo com os resultados, várias cidades do Rio de Janeiro enfrentam um desempenho insatisfatório.
Em destaque, Duque de Caxias, que é a quarta cidade mais rica do estado, ficou em segundo lugar entre os piores municípios do Brasil com mais de 500 mil habitantes. Além disso, ocupou a 84ª posição entre as 92 cidades do estado, com destaque negativo em saúde e segurança.
Belford Roxo e São Gonçalo também figuram entre os municípios com as notas mais baixas, demonstrando que a população dessas cidades ainda enfrenta severas dificuldades. Nova Iguaçu e Campos dos Goytacazes seguem a lista, enquanto Japeri é mencionada como a sexta pior cidade do Brasil em termos de qualidade de vida entre municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes.
A situação na capital e outros municípios
Entre as capitais do Brasil, o Rio de Janeiro ocupa a décima posição no ranking, e na média estadual, o RJ está em oitavo. Curiosamente, Resende, no Sul Fluminense, é o município com a melhor avaliação no estado, embora ainda não figure entre os 100 melhores do país.
Enquanto isso, as cidades com os melhores índices de qualidade de vida, conforme revelou a pesquisa, estão predominantemente em São Paulo, sendo Gavião Peixoto a liderar o ranking. Essa disparidade ilustra a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e investimentos em áreas essenciais para a melhoria da vida dos cidadãos fluminenses.
As respostas das prefeituras
Diante dos resultados preocupantes, as respostas das prefeituras foram variadas. A prefeitura de Duque de Caxias enfatizou seu comprometimento em melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população, destacando que diversas obras estão em andamento em todos os distritos.
Por sua vez, a prefeitura de São Gonçalo ressaltou que tem investido em saúde, educação, segurança e infraestrutura, buscando melhorar as condições de vida para os cidadãos. Em Japeri, a administração municipal destacou os esforços em drenagem, pavimentação, saúde, habitação e meio ambiente como parte de sua estratégia para elevar os índices de qualidade de vida.
A prefeitura de Nova Iguaçu, por outro lado, argumentou que muitos dos indicadores avaliados não estão sob sua responsabilidade, mas também afirmou que está avançando em áreas como saúde e segurança, citando a recente implantação da Guarda Municipal como um passo positivo nesse sentido.
A TV Globo, que reportou a pesquisa, não obteve retorno das prefeituras de Belford Roxo e Campos dos Goytacazes, o que demonstra uma possível falta de diálogo sobre as questões levantadas pelo estudo.
Desafios futuros e necessidades de melhorias
A apresentação dos dados sobre a qualidade de vida nos municípios do Rio de Janeiro evidencia a urgência de ações coordenadas entre as esferas de governo e a sociedade civil para enfrentar esses problemas. A necessidade de investimento em áreas fundamentais, como saúde, infraestrutura e segurança, bem como a promoção de oportunidades, é vital para garantir uma vida digna e segura aos cidadãos fluminenses.
O desafio a partir de agora é que as administrações públicas, em colaboração com a sociedade, trace metas claras e realistas para que os índices de qualidade de vida possam finalmente apresentar melhorias significativas no futuro.
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