Brasil, 30 de maio de 2025
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Mudanças na avaliação de cursos de ensino superior no Brasil

Em 2026, nova metodologia de avaliação de cursos de ensino superior será implementada no Brasil. Entenda as principais mudanças.

Uma nova metodologia de avaliação dos cursos de dez áreas da formação de ensino superior no Brasil entrará em vigor. Todo o processo passará a ser realizado em um fluxo trienal, dividido em três fases contínuas, com revisões nos critérios de avaliação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é responsável por esta avaliação, já está em fase de desenvolvimento e testes dessa nova abordagem, que deverá estar finalizada até o fim de 2023 e começar a ser aplicada em 2026.

Como será a nova metodologia de avaliação?

A nova metodologia de avaliação do ensino superior no Brasil incluirá um fluxo dividido em três anos, cada um com uma etapa específica, conforme descrito abaixo:

Fases do fluxo avaliativo

  • No primeiro ano, haverá a aplicação das provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
  • No segundo ano, as instituições educacionais receberão os resultados de seus cursos e deverão produzir um relatório de autoavaliação.
  • Seguindo a autoavaliação, uma comissão do Inep visitará as instituições para concluir o processo de avaliação, que também incluirá a análise da infraestrutura física.

Essas mudanças foram debatidas durante o XVII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), que ocorreu de 28 a 29 de maio em Touros (RN), a 85 km de Natal. Atualmente, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) não possui um caráter cíclico e pré-definido, o que motivou as alterações propostas.

Na primeira fase do novo fluxo avaliativo, que começará em 2026, serão avaliadas quatro áreas de formação, entre as quais estão confirmadas saúde e educação. As outras duas áreas ainda serão anunciadas pelo Inep, enquanto as seis restantes serão divididas e avaliadas entre os anos de 2027 e 2028.

Critérios e formas de avaliação

De acordo com Ulysses Teixeira, diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, as mudanças também afetarão os critérios de avaliação e a metodologia de aplicação das provas. “Os estudantes terão um formato diferente das edições anteriores do Enade, com mais itens relacionados aos conhecimentos específicos de cada área, permitindo uma melhor estimativa do desempenho esperado”, afirmou Teixeira.

Além disso, a mudança considera a diversidade do sistema educacional brasileiro, levando em conta as particularidades de cada curso de formação. “Precisamos aprofundar nas especificidades e, para isso, estamos adotando a Classificação Internacional Normalizada da Educação Adaptada para Cursos de Graduação e Sequenciais de Formação Específica do Brasil (Cine Brasil)”, explicou Teixeira.

Educação a Distância (EAD) e avaliação

Inicialmente, a metodologia de avaliação não terá uma abordagem específica para o ensino superior a distância (EAD), que também está passando por mudanças regulatórias. O Inep considera a possibilidade de realizar avaliações de funcionamento dos polos de EAD por meio de amostragens.

Cronograma para implementação

No Brasil, existem cerca de 2 mil instituições de ensino superior que oferecem aproximadamente 46 mil cursos. Devido à vastidão desse sistema, um cronograma foi elaborado para preparar a transição para a nova metodologia. Uma apresentação do modelo de avaliação está prevista para o dia 17 de junho, seguida de uma consulta pública que durará 30 dias. Após a coleta de sugestões, o período de agosto a novembro será dedicado a testes.

A cobertura deste evento foi realizada a convite da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), que é uma das instituições que compõem o Fórum Brasil, organizador do congresso.

Com essas mudanças, espera-se que a avaliação dos cursos superiores no Brasil se torne mais eficaz e atenda melhor às necessidades de formação dos estudantes, refletindo a qualidade do ensino ofertado pelo país.

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