O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, nesta quinta-feira (29), em evento que marcou a retomada das operações do Porto de Itajaí (SC), seu compromisso com os investimentos públicos em programas sociais e no crescimento econômico como medidas essenciais para combater a pobreza e melhorar a qualidade de vida da população. A reabertura do porto, que foi federalizado no início deste ano, representa não apenas a revitalização de uma importante infraestrutura, mas também um passo significativo para o desenvolvimento econômico da região.
A visão de Lula sobre a economia brasileira
Durante sua fala, Lula enfatizou que uma nação com poucos ricos e muitos pobres é, na verdade, uma nação empobrecida. “Uma nação que tem muita gente com pouco dinheiro, é uma nação rica. É por isso que nós fazemos política de inclusão social, por isso que aumentamos o salário mínimo”, afirmou o presidente. Seu discurso refletiu uma clara intenção de promover a circulação de dinheiro na economia, ressaltando que, quando as pessoas têm um pouco de dinheiro em mãos, elas tendem a gastar em necessidades básicas e em bem-estar, o que, por sua vez, aquece a economia.
A melhoria do padrão de vida
Lula também declarou que seu governo está comprometido em elevar o padrão de vida da população e destacou o momento positivo da economia, que, segundo ele, está se recuperando com o aumento da produção e a diminuição do desemprego. “Os empresários voltaram a acreditar, mesmo aqueles que não gostam de nós. E não precisa gostar, porque ninguém está propondo casamento a ninguém”, mencionou Lula, enfatizando que o foco deve ser a confiança no Brasil e na população brasileira.
Em busca de justiça tributária
Antes de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também discursou e abordou o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Haddad apontou que, por muitos anos, houve uma resistência para tratar a injustiça na arrecadação de impostos, onde os ricos pagam menos em comparação com os trabalhadores. Segundo ele, o novo projeto visa não apenas aliviar a carga tributária sobre a classe média e os trabalhadores, mas também garantir que os mais ricos contribuam um pouco mais para a sociedade.
“O projeto diz algo muito simples: quem ganha até R$ 7 mil vai pagar menos imposto de renda, e quem ganhar até R$ 5 mil não vai pagar nada. E aquele super-rico, que ganha mais de R$ 1 milhão por ano, que hoje paga 2%, em média, vai pagar um mínimo de 10%”, explicou o ministro, ressaltando que essa é uma medida de justiça fiscal.
O Porto de Itajaí e seu impacto econômico
O Porto de Itajaí, que é o segundo maior do Brasil em extensão, paralisou suas operações em 2022 devido a tentativas do governo anterior de privatizá-lo. Com a retomada das atividades, o porto já está mostrando sinais de recuperação econômica, atraindo investimentos de mais de R$ 130 milhões. Atualmente, o terminal é operado pelo Grupo JBS e atende cerca de mil empresas, sendo responsável por 50% das exportações de carne suína e de frango do Brasil.
O empresário Wesley Batista, do Grupo JBS, está animado com a reabertura do porto e afirma que em breve ele estará operando em sua capacidade máxima. “Em dois ou três meses, o porto estará operando em sua capacidade máxima”, destacou. Durante o evento, o governo federal também anunciou novos investimentos no valor de R$ 844 milhões para modernizar e ampliar a capacidade do porto, incluindo melhorias significativas em sua infraestrutura.
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, mencionou que serão implementadas dragagens que aumentarão a profundidade do canal do Porto de Itajaí de 13,5 metros para 16 metros, com o objetivo de receber navios maiores e aumentar a competitividade da instalação.
Entre as expectativas do governo, também está a edição de uma Medida Provisória (MP) para transformar o Porto de Itajaí em uma doca independente e em um porto federal. Essas mudanças visam não apenas modernizar a infraestrutura, mas também solidificar a posição do porto como um dos principais centros logísticos do Brasil.
O evento em Itajaí deixou claro que o governo está otimista em relação ao futuro econômico do Brasil, destacando o potencial de crescimento e inclusão social por meio de investimentos estratégicos e políticas públicas direcionadas.
