Brasil, 30 de maio de 2025
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Hugo Motta defende participação de Lula em discussão sobre IOF

O presidente da Câmara quer alternativas para o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras e alerta sobre possíveis conflitos com o Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), levantou um ponto crucial nesta quinta-feira (29/5) ao afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve urgentemente se envolver na discussão sobre o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com a proposta de aumento já gerando repercussões negativas, Motta sugere que o governo precisa apresentar alternativas mais estruturais para garantir a responsabilidade fiscal no país.

A relação entre Executivo e Legislativo

Motta expressou preocupação com a relação entre o governo e o Congresso, ressaltando que um eventual recurso do governo Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF) seria um erro caso o Congresso decidisse derrubar o decreto do IOF. “Se o Congresso, a Câmara ou o Senado tomarem esse posicionamento, o governo terá de buscar alternativas ou rever a decisão, o que considero um erro” afirmou Motta. Essa movimentação, segundo ele, pioraria a relação com o Congresso e poderia complicar ainda mais a situação fiscal do Brasil.

“Se o governo caminha no sentido de querer resolver aquilo que é decisão parlamentar com o Poder Judiciário, piora bastante o ambiente aqui na Casa”, argumentou Motta.

As declarações do presidente da Câmara ocorreram após uma reunião com o colégio de líderes da Câmara, onde se discutiu a situação do IOF e suas implicações. O encontro anterior, que ocorreu na quarta-feira (28/5), contou com a presença de importantes figuras políticas, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Medidas em discussão sobre o IOF

Motta destacou que tanto ele quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderiam ter pautado o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) na Câmara, mas optaram por não fazer isso, visando buscar uma solução conjunta com o governo. “Não há interesse do Legislativo em tocar fogo no país”, disse Motta, enfatizando a importância de um diálogo entre os poderes.

Impactos financeiros e mudanças propostas

As mudanças no IOF foram bem recebidas inicialmente pelo governo, que esperava arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025, saltando para R$ 41 bilhões em 2026. Entretanto, a reação do mercado financeiro foi negativa, refletida na queda do Ibovespa, que fechou em 137.272 pontos com uma baixa de 0,44%. O dólar também subiu na mesma proporção, alcançando R$ 5,66. Diante dessa pressão, o governo decidiu rever parte das alterações propostas.

Uma das principais mudanças foi em relação à taxação sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Originalmente, a alíquota era zero, mas a mudança trouxe uma taxação de 3,5%. Após a revisão, o governo decidiu que o IOF não incidirá mais sobre essas transações. Além disso, o Ministério da Fazenda confirmou que as remessas ao exterior por pessoas físicas destinadas a investimentos permanecerão com a alíquota atual de 1,1%, sem alterações.

O futuro do diálogo entre o governo e o Congresso

A situação em torno do IOF reflete um desafio mais amplo na relação entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da Câmara ressalta que a condução inadequada de assuntos fiscais pode levar a um ambiente político ainda mais tenso. O diálogo aberto entre as instituições é essencial para encontrar soluções que favoreçam o Brasil em um período tão delicado economicamente.

Enquanto isso, o cenário político continua a evoluir, e muitos esperam que o presidente Lula se junte a essa importante conversa, visando encontrar alternativas viáveis para as questões fiscais que afetam a população e o mercado.

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