Na noite de quarta-feira (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma reunião com o time de articulação política do presidente Lula, liderado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, em Brasília. O encontro, que durou duas horas, revelou um clima “maduro” e “sóbrio”, embora as conversas tenham sido tensas devido às dificuldades fiscais enfrentadas pelo governo.
Negociação difícil sobre aumento do IOF
Durante a conversa, Haddad afirmou sua posição de manter a defesa do aumento do IOF, mesmo diante do clima hostil no Congresso. Segundo relatos, o ministro reforçou que a situação das contas públicas neste ano é complicada e que o aumento do imposto seria uma solução emergencial para evitar obstáculos maiores, como o impacto na concessão de crédito e o controle da inflação.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, destacou que a tentativa do Congresso era “ajudar”, mas também alertou para a péssima repercussão da medida, que foi considerada uma tentativa de remendo para problemas maiores. Parlamentares, como Davi Alcolumbre, também manifestaram preocupação com a impressão de que o governo busca estratégias superficiais para resolver a crise fiscal.
Relação entre Haddad e o Congresso e próximos passos
Apesar do clima tenso, Haddad mostrou disposição de dialogar e se comprometeu a detalhar o quadro fiscal do país nos próximos dez dias, enquanto analisa sugestões de bancos e propostas de controle de gastos de forma mais estrutural. Aliados do ministro avaliam que a reunião serviu para abrir negociações, mas que ainda não há uma saída clara para o impasse.
Impactos na relação com o Congresso
Para Hugo Motta, a relação entre o governo e o Parlamento ficou tensionada após as declarações de Haddad ao GLOBO, em que afirmou que o ajuste fiscal dependia mais do Congresso do que do governo Lula. A avaliação interna é de que a relação ficou estremecida, devido à pressão de deputados e do setor privado.
Consequências e impacto político
Embora a intenção seja ampliar o prazo para negociações, o governo reconhecerá a dificuldade de aprovar a medida em curto prazo. Segundo fontes próximas ao ministro, a estratégia foi colocar o tema na agenda, buscar entender as possíveis recomendações dos bancos e encontrar alternativas que possam indicar controle estrutural dos gastos públicos, sem prejudicar o funcionamento da máquina.
Segundo especialistas, o resultado da reunião reforça o cenário de desafios fiscais que o governo enfrenta até o final do ano, além de apontar para uma relação delicada entre Executivo e Legislativo nesta fase.
Para mais detalhes, acesse o relato completo da reunião no GLOBO.
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