O Brasil vive um momento tenso no cenário político e social, e a atuação de grupos armados autointitulados está cada vez mais em evidência. Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, fez declarações alarmantes sobre um grupo conhecido como Comando C4 — sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”. De acordo com o ministro, esse grupo recebeu “treinamento militar especializado” e possui uma “letalidade potencial imensurável”. Tais afirmativas surgem em meio a investigações sobre atividades criminosas que podem ainda estar ocorrendo.
Investigação da Operação Sisamnes
Essas declarações fazem parte da decisão que resultou na prisão preventiva de cinco indivíduos no âmbito da sétima fase da Operação Sisamnes, realizada na última quarta-feira. As prisões são consideradas um passo importante na luta contra a criminalidade armada e organizada no Brasil.
Quem são os suspeitos?
Entre os suspeitos detidos estão um coronel e um sargento da reserva do Exército, além de um atirador que confessou ter assassinado o advogado Roberto Zampieri a mando do coronel envolvido. Esse assassinato serve como ponto de partida para as investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil do Mato Grosso. A apuração também levanta um suposto esquema de corrupção que envolve juízes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O advogado Zampieri mantinha conversas relacionadas a supostas negociações de sentenças judiciais e acesso a informações confidenciais de tribunais.
Declarações do ministro Zanin
Em sua decisão, Zanin enfatizou a letalidade do Comando C4, afirmando que “a letalidade potencial da organização é imensurável, dada sua elevada capacidade operacional e bélica, notavelmente porque integrada por agentes que pertencem ou pertenceram às Forças Armadas e que receberam treinamento militar especializado”. O ministro destacou a gravidade das atividades do grupo, afirmando ser necessário uma resposta imediata do STF.
Provas e evidências colhidas
Durante as investigações, foram encontrados registros que indicam outras vítimas de homicídio nos arquivos de um dos alvos da operação. O ministro mencionou que, no celular de um dos indivíduos investigados, foram localizadas dezenas de fotografias de vítimas falecidas em circunstâncias violentas, o que levanta preocupações sobre a atuação deste grupo criminoso.
Além disso, um dos alvos foi ouvido em um áudio mencionando “futuras missões”, sugerindo uma continuidade nas atividades criminosas. “Valor a parte para mim, desse trabalho que eu realizo”, teria dito na gravação, evidenciando a estrutura de comando e pagamento existente dentro do grupo.
Uma organização criminosa em atividade?
Os diálogos encontrados também revelam mensagens de monitoramento das vítimas e comunicações indicando o cumprimento de “missões”. Zanin ressaltou a contemporaneidade dos crimes de organização criminosa e homicídio atribuídos ao Comando C4, reforçando que a investigação da Polícia Federal está em andamento.
Esse caso levanta questionamentos sérios sobre a segurança pública no Brasil e a necessidade urgente de se combater o avanço de grupos armados que operam à margem da lei. À medida que a investigação avança, espera-se que mais informações sejam reveladas e que os responsáveis sejam levados à justiça, em um esforço para restabelecer a ordem e a confiança nas instituições.