A greve dos petroleiros, prevista para esta quinta-feira (29/5) e sexta-feira (30/5), foi oficialmente suspensa após a apresentação de uma nova proposta pela Petrobras, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) na noite de quarta-feira (28/5). Apesar da decisão, parte dos trabalhadores mantém o protesto, especialmente aqueles lotados no Rio de Janeiro e no litoral paulista, que continuam paralisados.
Reação à nova proposta da Petrobras
Segundo o Conselho Deliberativo da FUP, a paralisação foi suspensa “diante da nova proposta apresentada pela empresa” e após a avaliação de que os termos oferecidos foram aceitáveis pelos sindicatos. A dirigente Cibele Vieira afirmou que a decisão de interromper a greve de 48 horas foi necessária para levar a proposta às assembleias, onde os trabalhadores irão decidir se a aprovam ou não.
Antes, representantes do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) anunciaram que a categoria se reuniria em assembleia às 12h desta quinta-feira (29/5) para reavaliar a continuidade do movimento grevista.
Crise do teletrabalho e insatisfação dos funcionários
- No início de 2024, a Petrobras anunciou o aumento da carga de trabalho presencial de dois para três dias por semana, com exceção para PCDs e seus familiares.
- No dia 7 de maio, a companhia propôs mudanças adicionais, permitindo três dias de teletrabalho para gestantes, mães e pais de crianças pequenas.
- Essa mudança gerou críticas internas, uma vez que, segundo a Petrobras, a prática já vinha sendo adotada por gerentes desde setembro de 2024.
- As medidas, inicialmente previstas a partir de 7 de abril, foram adiadas para 2 de junho para empregados sem funções gratificadas e estão em vigor desde 10 de março para os demais funcionários.
- As alterações na rotina de trabalho foram vistas pelos sindicatos como uma “decisão unilateral” que aumentou a insatisfação, levando a paralisações pontuais dos trabalhadores.
Detalhes da nova proposta da Petrobras
A nova proposta formalizou o modelo de trabalho híbrido por dois anos, considerada por sindicatos um avanço por ter sido conquistada graças às mobilizações. A FUP destacou que, embora tenham recuado na greve, a luta por condições melhores no teletrabalho ainda está em aberto.
“Mesmo que tenha recuado em relação à greve, a federação dos petroleiros reforça que a luta por melhores condições no regime de teletrabalho está longe de acabar”, afirmou Paulo Neves, diretor da FUP.
Por sua vez, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) rejeitou a proposta da Petrobras e encaminhou às assembleias a discussão para ratificar a greve, aprovada no início do mês.
De acordo com a FNP, os termos apresentados ficaram “muito aquém das expectativas da categoria” e não atendem às pautas reivindicadas há tempos. O secretário-geral Adaedson Costa reforçou a necessidade de propostas que realmente dialoguem com as demandas dos trabalhadores.
Perspectivas e próximos passos
A Petrobras ainda não se posicionou oficialmente sobre a desmobilização, e o espaço para interlocução permanece aberto. A categoria continuará mobilizada na luta por melhores condições de trabalho e direitos no regime de teletrabalho.
Para acompanhar a evolução dessa questão, o Metrópoles seguirá de olho nos próximos movimentos e posicionamentos da Petrobras e das entidades sindicais.