Brasil, 30 de maio de 2025
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Governo mantém aumento do IOF mesmo com resistências no Congresso

Integrantes do governo acreditam que o decreto de elevação do IOF não será derrubado, apesar da forte pressão do Congresso e deputados.

Apesar da pressão de parlamentares e de lideranças no Congresso, o governo federal mantém a expectativa de que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não será derrubado. Em reunião na quarta-feira, ministros e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstraram confiança na sustentação do decreto, apesar das críticas e dos projetos de lei apresentados pelo parlamento contra a medida.

Reunião no Senado reforça apoio ao decreto e minimiza riscos de derrotas

Segundo fontes do Ministério da Fazenda, a avaliação interna é de que a conversa foi positiva e que tanto Motta quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), estiveram em sintonia na discussão sobre o tema. Aliados de Haddad afirmam que esses líderes estão sob forte pressão de suas bases eleitorais, o que explica o tom mais enfático nas declarações públicas contra o aumento do imposto.

Reações de deputados e estratégias do governo

Durante a semana, o presidente da Câmara, Hugo Motta, reforçou sua insatisfação com o decreto via rede social. Ele afirmou que a solução precisa evitar “gambiarras tributárias” e que haverá uma avaliação de medidas alternativas, de longo prazo, para aumentar a arrecadação sem impactar diretamente o Orçamento deste ano. “Relatei que o clima é de rejeição ao aumento e que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar propostas que sejam duradouras e responsáveis”, destacou Motta.

De acordo com Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, o governo está empenhado em manter o diálogo com o Congresso, buscando alternativas que não prejudiquem a estabilidade política. Ela também participou de reunião na quarta-feira com Motta, tentando conter os ânimos e evitar uma crise ainda maior.

Perspectivas e próximos passos

O ministro Fernando Haddad deve apresentar, em até dez dias, propostas para ampliar a arrecadação, incluindo revisão de desonerações e outras medidas estruturantes. Haddad esclareceu que, no curto prazo, a elevação do IOF é a alternativa mais viável para o fechamento das contas de 2025, reforçando a posição de que esse aumento é necessário para garantir a responsabilidade fiscal.

“Explicamos que o problema de curto prazo exige ações específicas, mas também estamos buscando soluções de médio e longo prazos que possam sustentar a receita sem prejudicar o ambiente de negócios”, afirmou Haddad após reunião na quarta-feira. Ele também destacou a importância de medidas estruturais para a saúde fiscal do país.

Reações e clima no Congresso

Na manhã de quinta-feira, Hugo Motta utilizou suas redes sociais para expressar a insatisfação com o decreto do governo, defendendo que a solução deve passar por propostas que evitem “gambiarras tributárias”. Ele reforçou que a base parlamentar está predominantemente contrária ao aumento do IOF e que o clima na Casa é de forte resistência à medida.

Além disso, Motta pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que entre na discussão sobre o tema, alertando que recorrer ao Judiciário para derrubar o decreto agravaria ainda mais a crise política. “Precisamos de medidas responsáveis e que demonstrem responsabilidade fiscal, evitando conflitos desnecessários”, afirmou o presidente da Câmara.

Contexto e impactos econômicos

O governo já havia anunciado, na semana passada, o aumento do IOF sobre operações de cartão de créditos internacionais e compras em moedas estrangeiras. A medida visa gerar uma arrecadação adicional de R$ 20 bilhões neste ano, mas enfrentou forte resistência no Congresso, que considera a elevação um aumento de carga tributária prejudicial ao crescimento econômico.

Analistas avaliam que o impasse reflete a complexidade de equilibrar receitas emergenciais com a sustentabilidade do ambiente de negócios do país, especialmente em um momento de incertezas econômicas globais. A expectativa agora é pelo diálogo entre Executivo e Legislativo, buscando evitar o aprofundamento da crise fiscal e política.

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