A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) recebeu, nesta quinta-feira (29), as pesquisadoras Semiramis do Monte e Ester Miranda, do Laboratório de Imunogenética e Biologia Molecular (LIB) da Universidade Federal do Piauí (Ufpi). O encontro teve como objetivo apresentar os resultados alcançados pelo laboratório nos últimos anos, com ênfase no projeto desenvolvido pela doutora Ester Miranda sobre a implantação do rastreio de doenças raras no estado.
Iniciativa pioneira e resultados positivos
A iniciativa pioneira foi viabilizada por meio do edital do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, executado pela Fapepi em parceria com o CNPq. O programa busca atrair e manter talentos científicos no estado, contribuindo com pesquisas estratégicas voltadas às demandas locais.
Durante a reunião, foram apresentados dados e impactos significativos da pesquisa para a saúde pública do Piauí. A professora Semiramis do Monte, coordenadora do LIB, ressaltou os avanços: “Hoje estamos com todo o rastreio instalado e, por uma demanda da sociedade, tivemos um caso com suspeita de porfiria que conseguimos, por meio dos resultados desse projeto, obter um diagnóstico bioquímico e oferecer tratamento em tempo hábil. Outro caso foi de um paciente que estava completamente paralisado e, hoje, ele está caminhando”, destacou Semiramis.
Parcerias que potencializam a pesquisa
O sucesso da iniciativa gerou parcerias público-privadas que devem fortalecer ainda mais a atuação do laboratório, ampliando a equipe e consolidando o LIB como referência regional em doenças raras. De acordo com Semiramis, a expectativa é continuar avançando nessa área que ainda é nova no Piauí, mas que em breve estará tão estruturada quanto o sistema de transplantes que hoje funciona com apoio direto do laboratório localizado na Ufpi.
João Xavier, presidente da Fapepi, enfatizou a importância do apoio institucional da fundação para transformar ciência em impacto social direto. “Esse é um exemplo concreto de como a pesquisa financiada com recursos públicos pode salvar vidas, reduzir desigualdades e qualificar a rede de saúde do estado”, afirmou.

Diagnóstico de doenças raras e seus impactos
Atualmente, o LIB já realizou o diagnóstico de mais de 30 tipos diferentes de doenças raras, fornecendo suporte essencial a pacientes e profissionais da saúde. Ao identificar precocemente condições muitas vezes negligenciadas ou de difícil detecção, o laboratório contribui para ampliar o acesso a tratamentos e melhorar significativamente a qualidade de vida de centenas de piauienses.
Além da apresentação de resultados, a reunião também tratou de perspectivas futuras. O LIB desenvolve novos projetos para superar gargalos ainda existentes na rede de saúde estadual, com propostas voltadas ao suporte em transplantes de órgãos, outro campo em que o laboratório tem atuado como referência.
O papel das universidades na transformação social
A visita das pesquisadoras destacou a importância do papel estratégico das universidades e das agências de fomento na construção de soluções concretas para problemas regionais. Mais que resultados acadêmicos, os avanços do LIB demonstram que a ciência feita no Piauí é capaz de mudar realidades e salvar vidas.

Portanto, a colaboração entre instituições de pesquisa e fomento é fundamental para o desenvolvimento de ações que visem à saúde e bem-estar da população, ressaltando a pesquisa como uma ferramenta essencial para o progresso social e científico no Piauí.
