Brasil, 1 de junho de 2025
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Falta de medicamentos em Fortaleza afeta saúde da população

A descontinuidade no abastecimento de medicamentos nos postos de saúde de Fortaleza persiste, impactando pacientes crônicos.

A falta de medicamentos distribuídos nos postos de saúde de Fortaleza, registrada há pelo menos dois meses, continua sendo um problema relatado por usuários e profissionais da rede. Pacientes que dependem de medicamentos para condições como diabetes e hipertensão expressam sua preocupação. De acordo com a secretária de Saúde, Riane Azevedo, cerca de 96% do estoque encontra-se regularizado, mas muitos ainda enfrentam dificuldades para obter seus remédios.

Nova gestão busca regularizar abastecimento

O problema com a distribuição de medicamentos foi uma das prioridades anunciadas pela nova secretária da saúde, Riane Azevedo, que assumiu a pasta em 20 de maio, sucedendo Socorro Martins. Em comunicados e anúncios na TV, a Prefeitura tem informado que está empenhada em regularizar o abastecimento nos postos. No início de abril, o prefeito Evandro Leitão (PT) havia mencionado que 84% do estoque estava regularizado, porém o Sindicato dos Médicos do Ceará recebeu diversas denúncias de falta de remédios, indicando que a situação não é uniforme em todos os mais de 120 postos da cidade.

Ações para atender a demanda de medicamentos

A rede de saúde municipal conta com 147 farmácias, sob a gestão do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), que é a organização social contratada pela Prefeitura. A distribuição de medicamentos para essas unidades atende a três perfis de farmácias:

  • Farmácia básica: com lista de 81 medicamentos.
  • Farmácia Polo: com lista de 137 medicamentos e presença de farmacêutico.
  • Farmácia especializada (nos CAPS): com lista de 37 medicamentos e presença de farmacêutico.

O abastecimento dessas farmácias é realizado de uma a duas vezes por semana, com um sistema informatizado que monitora as necessidades de cada local. Caso a demanda não seja atendida, rotas extras de abastecimento podem ser acionadas em um prazo de 24 horas, conforme explicou a secretária Riane Azevedo.

Médicos e pacientes reclamam de desabastecimento

No entanto, a realidade nos postos é bastante diferente. O presidente do Sindicato dos Médicos, Edmar Fernandes, aponta que a situação é heterogênea: “Talvez em algum local até tenha alguns remédios, mas na grande maioria, principalmente nas áreas mais periféricas, o desabastecimento é quase total”, denuncia. Ele menciona que medicamentos essenciais, como os utilizados para controle de pressão e diabetes, antibióticos e antiparasitários, estão em falta. A carência de remédios impacta diretamente a saúde dos pacientes, contribuindo para o agravamento de condições crônicas e ensino da saúde mental.

“Quando não tem o medicamento, as pessoas desejam os remédios porque já estão descompensando. Isso pode levar a infartos ou derrames,” alerta Edmar.

Além disso, moradoras como Maria de Nazaré Lima, que depende de insulina para controlar sua diabetes, relatam experiências difíceis. Ela ficou por dois meses sem receber insulina no posto de saúde e menciona que, mesmo após a normalização no fornecimento, os medicamentos para hipertensão continuam em falta.

Impacto na saúde pública

A escassez de medicamentos não afeta apenas os pacientes crônicos, mas também a integralidade do atendimento em saúde. Profissionais da saúde, como dentistas, são prejudicados pela falta de anti-inflamatórios, obrigando os atendimentos a serem adiados. A busca por medicamentos nas farmácias privadas se tornou a opção para muitos, que não conseguem esperar pelas horas intermináveis nas filas dos postos, onde a falta de atendimento é comum.

“O sentimento é de revolta, meu filho já ficou doente algumas vezes e não consegui consultas de pediatria,” diz uma moradora do Passaré, que recorre a UPAs em vez de postos de saúde tradicionais devido à ineficácia do atendimento e falta de medicamentos.

Os postos de saúde são a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), com responsabilidades para o diagnóstico e tratamento de 80% dos problemas de saúde da população. Portanto, a equivalência no fornecimento de medicamentos é vital não apenas para o manejo de doenças crônicas, mas também para a prevenção e manutenção da saúde pública na cidade de Fortaleza.

À medida que a situação se desenrola, é essencial que a administração pública tome as providências necessárias para garantir que todos os cidadãos tenham acessibilidade a medicamentos adequados e de qualidade.

Fontes: G1 Ceará, Prefeitura de Fortaleza.

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