Brasil, 31 de maio de 2025
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Ex-AGU confirma pergunta de Bolsonaro sobre eleições de 2022

Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União, depõe sobre reunião com Bolsonaro sobre a legalidade das eleições de 2022.

Nesta quinta-feira (29/5), o ex-advogado-geral da União, Bruno Bianco, confirmou em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) uma reunião na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro questionou a legalidade das eleições de 2022. Bianco, que atuou na gestão Bolsonaro, prestou depoimento como testemunha no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado para interromper o funcionamento regular dos Poderes da República e destituir o governo eleito.

Detalhes do depoimento de Bruno Bianco

Em seu depoimento, Bianco foi perguntado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre uma reunião específica em que Bolsonaro indagou se havia algum problema jurídico relacionado às eleições que ocorreram em outubro de 2022. O ex-AGU não hesitou em afirmar que, em sua avaliação, as eleições foram legais e transparentes.

“Houve uma reunião. Ele (Bolsonaro) foi específico, perguntou se tinha visto algum tipo de problema jurídico nas eleições. Eu disse que, na minha ótica, tinha ocorrido de maneira legal, sem nenhum tipo de problema jurídico. Disse que não, absolutamente, não. A eleição foi absolutamente transparente”, declarou durante a audiência por videoconferência.

Bianco relatou que Bolsonaro fez a pergunta enquanto estava em pé, antes de iniciar a reunião com os chefes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. “O presidente da República se deu por satisfeito, pelo menos na minha frente”, completou.

A audiência e o andamento do processo

Na mesma audiência, o STF ouviu testemunhas da defesa de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, que é um dos réus na ação penal. A previsão era que seis pessoas fossem ouvidas, mas a defesa de Torres decidiu não convocar três delas, incluindo Paulo Guedes, ex-ministro da Economia. Essa decisão reflete a estratégia de defesa no processo, que vem se desenrolando em videoconferência sob a presidência do ministro Alexandre de Moraes.

As audiências, que vão até 2 de junho, integram a ação penal do chamado “núcleo 1”, no qual Torres aparece como o principal réu. Também foram dispensadas as testemunhas Celio Faria, ex-ministro da Secretaria de Governo, e Adler Anaximandro Cruz e Alves, procurador federal e ex-vice da Advocacia-Geral da União. Por outro lado, permanecem confirmadas três testemunhas, entre elas Bruno Bianco e Wagner Rosário, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU).

A importância das testemunhas no processo

O ex-ministro Anderson Torres parece estar usando uma abordagem cautelosa na seleção de suas testemunhas. Até agora, ele indicou um total de 38 testemunhas que, junto com as da acusação, vão ajudar a desenhar o cenário do que aconteceu em relação às alegações de um possível golpe de Estado. Os depoimentos já ouvidos incluem tanto testemunhas da Procuradoria-Geral da República quanto outras indicadas por colaboradores e ex-integrantes do governo federal.

Este processo é de extrema relevância, pois envolve questões fundamentais sobre a legitimidade das instituições, o funcionamento democrático e as alegações de tentativas de desestabilização do governo eleito de forma ilegal. Organizações e especialistas estão acompanhando de perto o desenrolar das audiências.

Como se pode notar, a política brasileira está em um momento crucial, e as audiências da STF tornam-se um palco importante para esclarecimentos e definições de rumos futuros. O desdobramento dos depoimentos pode influenciar não apenas a vida política do Brasil, mas também a própria confiança da população nas instituições democráticas.

Aguardamos agora mais desdobramentos a partir das próximas audiências e depoimentos, que se mostram essenciais para o entendimento do que realmente ocorreu durante e após as eleições de 2022, além das possíveis implicações legais e políticas para todos os envolvidos.

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