O dólar comercial caiu 0,36% nesta quinta-feira (29), cotado a R$ 5,6747 às 9h23, após a decisão da Justiça dos Estados Unidos de bloquear grande parte das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. O Ibovespa, por sua vez, aguarda a abertura após ter fechado em queda de 0,47%, aos 138.888 pontos.
Decisão sobre tarifas de Trump alivia o mercado global
Na quarta-feira, o Tribunal do Comércio Internacional dos EUA suspendeu temporariamente a maioria das tarifas estabelecidas por Donald Trump, que afetam mais de 180 países desde janeiro. A medida foi vista positivamente pelos investidores, pois reduz o risco de uma desaceleração econômica global decorrente do aumento de custos comerciais.
Segundo analistas do Banco Nacional do Kuwait, essa decisão enfraquecerá a capacidade de barganha de Trump nas negociações internacionais e pode gerar um impacto positivo tanto para os Estados Unidos quanto para a economia mundial, com futuros de Wall Street em alta e o dólar se fortalecendo.
Pressões internas: revisão do aumento do IOF em pauta
No Brasil, a atenção continua voltada às propostas de revogação do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Desde a semana passada, mais de 20 propostas foram apresentadas no Congresso buscando anular a medida, que elevou receitas do governo em R$ 20 bilhões.
O ministro Fernando Haddad alertou que, sem essa arrecadação, será necessário realizar novos cortes no orçamento. Ainda, há um esforço para equilibrar o debate, já que o governo reafirmou que a revogação do aumento não está em discussão no momento, mantendo o foco na responsabilidade fiscal.
Dados do mercado de trabalho e expectativa pelo PIB
Os investidores estão atentos à divulgação da taxa de desemprego de abril, que será publicada pelo IBGE por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O Caged, por sua vez, mostrou a criação de 257,5 mil vagas formais em abril — resultado acima das expectativas, sinalizando um mercado de trabalho robusto.
Com esses dados, o mercado avalia se a força do emprego poderá dificultar o controle da inflação, influenciando os próximos passos do Banco Central na política de juros. Além disso, na sexta-feira, será divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que deve reforçar a tendência de crescimento da economia brasileira neste período.
Movimentações das ações corporativas
As ações da Nvidia tiveram forte alta após divulgar receita trimestral superior à previsão do mercado, impulsionando o setor de tecnologia. Em contrapartida, a Azul entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, o que impactou negativamente seus papéis, que também foram excluídos dos principais índices da B3.
Impactos e cenário econômico atual
O acumulado da semana aponta para uma alta de 0,87% no dólar e 0,77% no Ibovespa, refletindo a influência dos acontecimentos internacionais e domésticos na percepção de risco dos investidores. No ano, o dólar acumula queda de 7,84%, enquanto o índice brasileiro registra avanço de 15,47%.
O mercado global se beneficia do alívio nas tensões tarifárias, além das expectativas de melhorias na arrecadação fiscal no Brasil, embora as incertezas permanecem em relação às reformas e à postura do Banco Central quanto à inflação.
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