Brasil, 30 de maio de 2025
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Com redução de frota, Azul pode elevar preços e impactar consumidores

A redução de 35% na frota da Azul, em recuperação judicial, deve resultar em menos voos, aumento de tarifas e mudanças no setor aéreo brasileiro

A Azul Linhas Aéreas anunciou uma redução de 35% na sua frota de aeronaves, como parte do processo de recuperação judicial e reestruturação financeira. Apesar de manter operações e vendas normalmente, especialistas alertam que essa medida poderá diminuir a frequência de voos por rota e elevar os preços das passagens, afetando consumidores e o setor aéreo.

Impactos prévistos na operação e nos preços

Segundo o professor de Transportes Aéreos e Aeroportos da Escola Politécnica da USP, Jorge Leal, a manutenção dos itinerários com uma frota menor implica na redução da frequência de voos, já que a capacidade de oferecer serviços em todas as rotas será menor. “Se mantiverem os trajetos com uma frota significativamente reduzida, a tendência é de que a frequência diminua e os preços aumentem devido à relação oferta x demanda”, explicou Leal.

Reestruturação e seus efeitos no atendimento aos passageiros

Apesar do anúncio de corte na frota, a Azul garantiu que suas operações e venda de bilhetes seguem normalmente, sem alterações para os passageiros, mesmo em meio ao pedido de Chapter 11, envolvendo uma dívida de US$ 2 bilhões. Contudo, especialistas avaliam que a menor oferta de voos pode impactar destinos regionais, sobretudo fora dos principais hubs, com alguns trajetos podendo ter frequências reduzidas ou preços mais altos.

Menos voos, mais custos e possíveis mudanças nas rotas

Alessandro Oliveira, coordenador do Núcleo de Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, alerta que a prioridade da companhia será manter os roteiros nos principais hubs, reduzindo a operação em cidades menores. “Destinos menos lucrativos ou com baixa densidade de tráfego podem sofrer cortes de frequência, o que vai impactar principalmente a aviação regional”, afirmou.

Tendência de alta de tarifas e entrada de concorrentes

Com a redução da oferta, há potencial aumento nos preços das passagens em rotas afetadas. Oliveira menciona que essas rotas mais impactadas podem abrir espaço para outras companhias, que podem aproveitar para elevar tarifas. Além disso, a Azul deve intensificar o uso do compartilhamento de voos com a Gol, sua parceira estratégica, na tentativa de minimizar os impactos do corte de frota.

Ainda, a alta de custos e o endividamento elevado

O alto endividamento da Azul, com uma dívida bruta de R$ 31,35 bilhões, contribuiu para a decisão de reestruturação, que inclui a devolução ou renegociação de aeronaves leasing. Essa redução na frota visa equilibrar capacidade instalada, geração de caixa e demanda prevista, explica o CEO John Rodgerson. “Nosso objetivo é emergir mais forte e competitivo”, afirmou Rodgerson.

Expectativa de mudanças no mercado e possíveis fusões

A reestruturação da Azul também influencia o cenário de fusões no setor aéreo brasileiro. A parceria com a americana United Airlines, que detém 2,08% das ações preferenciais, e o apoio de credores como a AerCap, indicam uma estratégia de fortalecimento. Porém, há dúvidas sobre uma fusão com a Gol, especialmente enquanto a Azul estiver em recuperação judicial, já que o governo mantém interesse na concorrência entre as três grandes companhias nacionais.

Analistas avaliam que o Chapter 11 pode abrir caminho para futuras alianças estratégicas ou fusões. “Embora as negociações estejam suspensas, a reestruturação pode facilitar uma consolidação futura no mercado”, apontou um especialista do setor.

Para mais detalhes sobre as mudanças na Azul e seus efeitos para os consumidores, acesse a fonte original.

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