A compra pelo BTG de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, é considerada um avanço na possível aquisição do banco pelo Banco de Brasília (BRB), segundo pessoas próximas às negociações. Essa estratégia busca melhorar a liquidez do Banco Master enquanto uma solução definitiva é definida.
Consolidação e estratégia de liquidez
Vorcaro pretende reinjetar os recursos obtidos com a venda ao BTG em seu próprio banco, o que deve proporcionar um alívio imediato na liquidez do Banco Master, que enfrenta dificuldades relacionadas à sua prática de captação e ao alto volume de ativos de baixa liquidez, como precatórios, conforme o balanço de 2024.
Importância da operação para o BC
Para o Banco Central, a resolução completa do caso Master é fundamental. Assim, a análise da operação entre o banco do Distrito Federal e o BRB só será concluída quando houver uma solução para a totalidade do negócio, indicando que a venda de ativos ao BTG pode atuar como um avanço nesse processo.
Venda de ativos e perspectiva de aquisição
O BRB revelou interesse em adquirir 58% do capital do Banco Master. Os ativos envolvidos na operação atingem cerca de R$ 30 bilhões, enquanto outros R$ 33 bilhões permanecem de fora da negociação, conforme estimativas enviadas ao BC com base em auditorias do banco do Distrito Federal.
Ativos adquiridos pelo BTG
Além da venda de participação na financeira, o BTG anunciou nesta terça-feira a aquisição de ativos de Vorcaro, incluindo ações de empresas como Light e Méliuz, imóveis, créditos, direitos creditórios e participações societárias, com anuência do BC e do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A operação, no entanto, ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Impactos e próximos passos
O dinheiro captado será utilizado para oferecer liquidez imediata ao Banco Master, que enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de honrar compromissos, em decorrência de estratégias passadas de captação via Certificados de Depósito Bancário (CDB) com retornos elevados, cobertos pelo FGC. Essa estratégia resultou em uma carteira de R$ 12,4 bilhões de CDBs a vencer até o final de 2024.
Interlocutores próximos aos bancos avaliam que a venda dos ativos ao BTG, mesmo não sendo direta na negociação entre Master e BRB, ajuda a destravar a análise do negócio pelo BC. A autoridade monetária prioriza a avaliação dessas operações devido à sua importância e repercussão, buscando evitar atrasos na decisão assim que houver informações suficientes.
Segundo fontes do setor, a análise pelo BC está em andamento de forma mais célere do que o habitual, com avaliação voltada a garantir a continuidade do processo de aquisição pelo BRB, que deve avançar assim que as condições forem atendidas.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no O Globo.