Brasil, 31 de maio de 2025
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Azul inicia recuperação judicial nos EUA com dívidas de US$ 9,57 bilhões

Primeira audiência ocorre nesta quinta-feira, em Nova York, para discutir plano de reestruturação da companhia aérea brasileira

A Azul Airlines realizará nesta quinta-feira, ao meio-dia (horário de Brasília), a primeira audiência sobre seu pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o Chapter 11. A sessão ocorrerá no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, onde serão apresentados os detalhes do plano de reestruturação financeira da companhia aérea brasileira.

Reestruturação busca eliminar US$ 2 bilhões de dívidas

No documento entregue à corte na quarta-feira, a Azul informou que possui dívidas totais de US$ 9,57 bilhões (cerca de R$ 54 bilhões), envolvendo de mil a cinco mil credores, segundo a coluna Capital, do jornal O Globo. A estratégia da companhia é eliminar aproximadamente US$ 2 bilhões dessas dívidas por meio do processo.

Complexidade do processo e prorrogação de prazos

A companhia pediu um prazo adicional de 45 dias para apresentar toda a documentação financeira exigida pelo tribunal. Inicialmente, o prazo seria de 14 dias após o pedido, mas foi prorrogado até 26 de julho, devido ao volume de informações necessárias. A Azul ressaltou que o processo é especialmente complexo por envolver múltiplas jurisdições, centenas de contratos e milhares de credores, fato comum em casos de recuperação de empresas aéreas julgados pelo mesmo tribunal, que já analisou processos da Latam, Avianca e atualmente conduz o da Gol.

Principais solicitações na audiência

Na sessão, espera-se que a Azul apresente pedidos ao juiz, como autorização para continuar com pagamentos essenciais às operações, garantir o uso do caixa durante o procedimento e aprovar um financiamento emergencial (DIP). O plano de reestruturação inclui US$ 1,6 bilhão em financiamentos e US$ 950 milhões em aportes de capital.

Contexto financeiro e fatores agravantes

Segundo documentos entregues à Justiça de Nova York, a crise que levou ao pedido de recuperação judicial piorou no ano passado, devido à disparada do dólar, juros altos, aumento de ações judiciais e as enchentes no Rio Grande do Sul. A Azul também atribui sua situação à falta de apoio governamental; apesar do Congresso aprovar, em 2024, um pacote de auxílio ao setor aéreo, o recurso não foi disponibilizado até o momento do pedido.

Falta de apoio oficial e impactos econômicos

O Congresso destinou R$ 5 bilhões ao setor, por meio do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac), sancionado em agosto do ano passado, mas o financiamento ainda não foi liberado, permanecendo indisponível enquanto o processo de Chapter 11 estiver em andamento. A Azul recorreu ao mercado para obter financiamentos adicionais e obteve algum alívio com arrendadores e fornecedores, porém, destacou que esses esforços não foram suficientes diante do aumento de custos judiciais, que atingiram cerca de 85 mil ações até maio.

Desafios adicionais e impactos da crise

Além das dificuldades financeiras, a Azul aponta gargalos na cadeia de suprimentos, como atrasos na entrega de peças e problemas com fabricantes de motores, que resultaram na parada de aeronaves, causando prejuízo estimado de R$ 3,7 bilhões. As enchentes no Rio Grande do Sul impactaram aproximadamente 10% das receitas da companhia.

Para mais detalhes, consulte a reportagem completa em O Globo.

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