A cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, com cerca de 180 mil habitantes, celebra seus “dias dos dividendos”, considerados os melhores do ano. Esses pagamentos, associados ao programa de participação nos lucros da fabricante de motores elétricos WEG S.A., sustentam aproximadamente 20% da população, incluindo trabalhadores, familiares e aposentados.
WEG reforça a prosperidade de Jaraguá do Sul
Fundada há 64 anos por um eletricista, um contador e um mecânico, a WEG é uma das maiores empresas do Brasil. Sua trajetória, marcada por enfrentar hiperinflação, crises cambiais, turbulências políticas e a pandemia, demonstra sua importância para a economia local e global. A empresa possui fábricas em 17 países, atendendo clientes em 135 nações ao redor do mundo, e tem um impacto significativo na prosperidade regional.
Segundo Elder Stringari, executivo da WEG e símbolo da cidade, a empresa afirma que suas próprias clínicas de saúde atendem quase tantos pacientes quanto o sistema municipal. Ele também destacou a força da companhia no mercado internacional e a sua capacidade de atravessar momentos turbulentos, como a guerra comercial e a pandemia.
Weg: uma verdadeira fábrica de bilionários e inovação
Com uma receita de cerca de US$ 7 bilhões no último ano, a WEG tem 47.000 colaboradores globaleis e mantém uma cultura de austeridade, mesmo diante do crescimento impressionante. Os herdeiros da família fundadora, atualmente com 19 bilionários na lista da Forbes, controlam a administração da companhia, que também recebe executivos externos.
Entre os principais avanços, a WEG se consolidou como terceira maior empresa da Bolsa de Valores brasileira, ultrapassando nomes tradicionais do mercado, como a Vale. Seu histórico de retorno aos investidores surpreende, com uma valorização de 134% nos últimos cinco anos, incluindo dividendos, e quase 30% ao ano nos últimos 25 anos, segundo a Bloomberg.
Adaptação às incertezas globais e desafios econômicos
Apesar das ameaças de tarifas e tensões comerciais, a WEG visa continuar crescendo, especialmente nos Estados Unidos. A operação no país responde por cerca de um terço da demanda, produzindo transformadores, motores e máquinas elétricas, além de importar componentes do México e Brasil. Stringari afirma que a estratégia de transferência de produção entre plantas tem sido fundamental para enfrentar a volatilidade.
Durante a visita da Bloomberg, Elder Stringari argumentou que, apesar de o Brasil impor altas tarifas de importação e ser uma economia altamente protegida, sua globalização e resiliência têm sido essenciais para manter o ritmo de crescimento, mesmo após enfrentar crises e guerras comerciais. Veja mais em o artigo completo.
Perspectivas futuras e desafios internacionais
Embora o cenário global apresente incertezas, a estratégia da WEG inclui ampliar operações no México e nos Estados Unidos, além de manter uma postura de preparação para possíveis aumentos de tarifas. Segundo o CTO da empresa, a prioridade é o crescimento de longo prazo, mesmo diante de um mercado instável, com a esperança de que a economia mundial continue sua trajetória de expansão.
Enquanto isso, a prosperidade de Jaraguá do Sul, sustentada pela atuação da WEG, ilustra como uma combinação de tradição familiar, inovação e internacionalização pode transformar uma cidade e sua população, mesmo em tempos de incerteza geopolítica.