Brasil, 30 de maio de 2025
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Superlotação crítica no hospital de clínicas da Unicamp

Hospital opera com 500% da capacidade em meio a denúncias de falta de leitos.

Na última quarta-feira, 28 de maio de 2025, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp enfrentou uma situação alarmante de superlotação, operando com 500% da capacidade de sua Unidade de Emergência Referenciada (UER). Esta é a segunda vez que o hospital chega a essa situação crítica em apenas dois meses, o que levanta sérias questões sobre a capacidade de atendimento e a infraestrutura de saúde na região.

A realidade da superlotação

Imagens capturadas dentro do hospital, obtidas pela EPTV, afiliada da TV Globo, revelaram a gravidade da situação, mostrando macas acumuladas nos corredores da unidade. Um relato de um pai, que buscou atendimento para seu filho na noite de terça-feira, ilustra a dramática condição dos pacientes: após chegar ao hospital às 17h, o menino foi internado em uma cadeira de plástico e aguarda um leito, uma prática inaceitável que afeta diversos idosos e outras pessoas em necessidade de atenção médica.

A enfermeira e coordenadora de enfermagem, Andréia Bulgarelli, mencionou que a superlotação é uma ocorrência frequente, variando conforme as admissões e altas dos pacientes. Apesar do alerta para não enviar mais ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) à unidade, os pacientes continuam a chegar, o que inevitavelmente provoca atrasos no atendimento.

Medidas de emergência adotadas

Para lidar com a situação, medidas de emergência foram tomadas. O hospital alertou as concessionárias de rodovias da região para não encaminharem mais pacientes, enquanto a equipe médica tenta atender à demanda crescente de maneira eficaz. No momento, existem cerca de 95 pacientes internados, incluindo alguns em macas pelos corredores, aguardando transferência para outras unidades que possuam capacidade para acolhê-los.

“É um ciclo recorrente. A situação exige que enviemos alertas, mas continuamos recebendo todos os pacientes. Assim, o SAMU continua trazendo, e, se necessário, atendemos os casos mais graves de alta complexidade,” explicou Andréia Bulgarelli, reiterando que, mesmo diante da crise, todos os pacientes são atendidos.

A situação em outros hospitais

Conforme informações da Prefeitura de Campinas, a superlotação não é um problema restrito ao HC da Unicamp. Outros hospitais na cidade, como a rede Mário Gatti, também estão operando acima de sua capacidade, com ocupações que variam entre 95% e 100%. Diferentemente do HC, nenhum paciente deixou de ser atendido nas unidades que fazem parte desta rede de saúde, que inclui hospitais como Mário Gatti e Ouro Verde, além de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Além disso, o Hospital PUC-Campinas, que normalmente tem uma capacidade para 20 leitos, está atualmente atendendo 66 pacientes, sinalizando uma crise de atendimento que afeta instituições de saúde em toda a região. Recentemente, o hospital PUC registrou a maior lotação do ano, com 83 pacientes de alta complexidade internados, sendo que 63 deles precisaram ser acomodados em áreas improvisadas, o que é uma condição preocupante e que demanda atenção urgente por parte das autoridades competentes.

Reflexão sobre a saúde pública

A situação da superlotação no HC da Unicamp e em outros hospitais de Campinas ilustra um problema sistêmico que afeta o sistema de saúde pública no Brasil. O aumento da demanda em períodos críticos, aliado à falta de infraestrutura adequada, evidencia a necessidade de uma revisão ampla das políticas de saúde, bem como do planejamento e investimentos em estruturas que garantam atendimento qualificado e humanizado.

A população aguarda medidas concretas que possam mitigar este cenário alarmante, garantindo que todos tenham acesso à saúde de qualidade e a dignidade que merecem, especialmente em momentos de crise como este. A situação é um chamado à ação para que todos se unam em busca de soluções eficazes e sustentáveis para enfrentar os desafios impostos no setor de saúde.

À medida que a crise de superlotação persiste, fica evidente que é responsabilidade das autoridades de saúde agir de forma proativa para resolver a situação, investindo em melhorias e promovendo um sistema de saúde que funcione para todos os cidadãos.

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