O pastor Silas Malafaia, uma figura influente entre os evangélicos e defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, levantou alertas nesta semana sobre uma suposta articulação do Centrão em resposta a uma possível prisão de Bolsonaro. O recado de Malafaia, que chegou a ser destacado por aliados em declarações ao Metrópoles, parece ter como alvo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), além de líderes de partidos do Centrão, como Gilberto Kassab (PSD) e Ciro Nogueira (PP).
A preocupação com a prisão de Bolsonaro
Em suas declarações, Silas Malafaia enfatizou que “urubus estão se articulando”, insinuando que a prisão do ex-presidente poderia ser um movimento estratégico para afastá-lo do cenário político até as eleições de 2026. Em sua mensagem, Malafaia argumentou que tais ações poderiam ser vistas como covardes, afirmando que, se isso ocorrer, Bolsonaro estará “mais forte do que nunca”.
Além disso, ele ressaltou a importância de Michelle Bolsonaro, destacando que ela é a figura mais bem avaliada após o ex-presidente. “Os urubus vão ficar com fome. Não vai ter carniça para eles!”, exclamou Malafaia, sem se dirigir diretamente aos envolvidos na articulação política.
A implicação política para Bolsonaro
Aliados do ex-presidente não tardaram a reconhecer que as falas de Malafaia eram, de fato, um manifesto à classe política. É importante lembrar que Bolsonaro está inelegível até 2030, conforme determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contudo, ele tem expressado sua determinação em reverter essa situação e se apresentar como candidato da direita nas próximas eleições presidenciais. Em conversas privadas, o ex-presidente frequentemente menciona membros de sua família como possíveis alternativas a serem consideradas.
A corrida presidencial em 2026
Diante da incerteza sobre a candidatura de Bolsonaro, outros nomes da direita começaram a emergir como potenciais candidatos à presidência em 2026. Os governadores Ratinho Júnior (PSD-PR), Eduardo Leite (PSD-RS) e Ronaldo Caiado (União-GO) já se posicionaram publicamente em relação a essa possibilidade. Além disso, Tarcísio de Freitas é visto como uma opção viável, apesar de ainda não ter se declarado oficialmente candidato.
Essas movimentações têm gerado desconforto dentro do PL e entre os apoiadores mais próximos de Bolsonaro. Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, cuja influência no meio evangélico é imensa, continua a ser uma voz fiel ao ex-presidente. Ele demonstrou resistência às investidas dos demais pré-candidatos que buscam espaço nesse cenário político.
O que pensa o Centrão?
Por outro lado, a ala do Centrão que se alinha à oposição acredita que é necessário colocar em prática um movimento mais estruturado para avaliar a viabilidade de um candidato de direita que não seja Bolsonaro. Essa estratégia visa a testagem prática das forças políticas antes das eleições, numa tentativa de confrontar a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Partidos como PSD, União Brasil e PP estão em constante discussão sobre se devem se unir contra o presidente Lula ou optar por manter seus espaços e ministérios no governo federal. O momento é crucial e as movimentações políticas prometem ser intensas nas semanas e meses seguintes, à medida que se aproximam as eleições de 2026.
Silas Malafaia, com seu apelo emocional e a força de sua congregação, continua a ser uma peça-chave nesse tabuleiro político, devendo manter-se atento às movimentações que ocorrerão nos próximos meses.
