Brasil, 29 de maio de 2025
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Senador Rodrigo Pacheco é citado em investigações de espionagem

Durante operação, Polícia Federal desvenda esquema criminoso que visa autoridades brasileiras.

No início de uma série de investigações sobre corrupção e espionagem no Brasil, o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, aparece em anotações de um grupo que se intitula “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”. A operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira, começou a investigar as atividades da organização que estaria oferecendo serviços de espionagem contra autoridades.

Operação Sisamnes e o esquema de corrupção

A descoberta das anotações ocorreu no âmbito da operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça do Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Informações sobre essa ligação foram reveladas pela coluna de Daniela Lima, do portal G1, e confirmadas pela equipe do jornal O Globo.

Em nota oficial, Pacheco classificou a revelação como um “fato estarrecedor” e manifestou seu repúdio contra a intimidação de autoridades no país. “Que as autoridades competentes façam prevalecer a lei, a ordem e a competente investigação sobre esse fato estarrecedor trazido à luz”, declarou o senador.

A estrutura do grupo criminoso

Entre os materiais apreendidos na operação, a Polícia Federal encontrou uma tabela de preços de um grupo autointitulado “Comando C4”, que é uma referência ao grupo mencionado anteriormente. Este documento estipulava os custos para o monitoramento de autoridades, revelando que o serviço para senadores custaria R$ 150 mil, enquanto o monitoramento de ministros do Judiciário teria o custo de R$ 250 mil.

Além de espionagem, as atividades do grupo incluíam o uso de armamento pesado, como fuzis e minas, e estava disposto a fornecer diversos serviços, como locações de imóveis e até mesmo o uso de garotas e garotos de programa como iscas. O grupo também aparenta trabalhar com hackers e equipes especializadas em inteligência e operações, o que demonstra um nível de sofisticação alarmante.

Crime e investigação ligados ao assassinato de advogado

A operação ainda visa descobrir os possíveis mandantes e coautores do assassinato do advogado Roberto Zampieri, que foi morto em Cuiabá em dezembro de 2023. Zampieri era uma figura central na investigação que revelou um esquema de venda de sentenças judiciais, cuja descoberta originou no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e se expandiu ao STJ. O celular do advogado apresentou evidências de pagamentos de propinas a desembargadores e assessores do STJ.

A Polícia Federal está cumprindo cinco mandados de prisão preventiva, junto a várias ordens de busca e apreensão em estado de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, além de cautelares como o recolhimento de passaportes. De acordo com a PF, descobriram a existência de uma organização criminosa cujos crimes incluem espionagem e homicídios sob encomenda.

Mandante e executores identificados

Os mandados de prisão incluem o fazendeiro Aníbal Moreno Laurindo, que é apontado como o suposto mandante do assassinato. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado. A motivação do crime está relacionada a uma disputa agrária entre Laurindo e Zampieri sobre uma propriedade em Paranatinga (MT), avaliada em cerca de R$ 100 milhões.

Outro alvo da operação é o coronel do Exército Luiz Caçadini, suposto intermediador entre o mandante e os executores, além de Antônio Gomes da Silva, considerado o atirador, e Hedilerson Barbosa, dono da pistola 9 mm usada no homicídio. Zampieri foi assassinado com 10 tiros, ação capturada pelas câmeras de segurança locais.

Perspectivas futuras nas investigações

O inquérito da Polícia Civil passou ao Supremo Tribunal Federal e está sendo aprofundado pela Polícia Federal, que ampliou a investigação por um prazo adicional de 60 dias. O ministro do STF, Cristiano Zanin, cuida do processo devido às implicações que envolvem ministros do STJ. Os investigadores destacam que a complexidade do esquema é consideravelmente maior do que se suspeitava inicialmente.

A situação atual não apenas coloca em evidência a gravidade de tais práticas criminosas, mas também a urgência de um trabalho coordenado das autoridades para restaurar a confiança no sistema judicial brasileiro e manter a ordem democrática.

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