Um seminário que promete ser uma imersão nas raízes da identidade brasileira ocorrerá em breve, focando especialmente na contribuição da literatura piauiense do século XIX para a formulação do imaginário nacional. Autores como Hermínio Castelo Branco e Francisco Gil Castelo Branco serão os protagonistas desse debate, que busca entender a fundo o que define o Brasil enquanto nação durante o processo de independência. O coordenador do evento destaca a importância de questionamentos que permeiam tanto o campo político quanto o cultural, como a formação de uma memória nacional, refletida na criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).
O papel da literatura piauiense na formação da identidade
A escolha dos autores piauienses se dá pela relevância que suas obras têm na construção de imagens sobre o sertão, a seca e a rica cultura popular nordestina. O professor Vilhena, coordenador do seminário, ressalta que esses textos não apenas enriquecem o entendimento sobre a identidade brasileira, mas também precisam ser reintroduzidos no contexto acadêmico. “Queremos apresentar esse patrimônio historiográfico aos alunos e despertar o interesse pela pesquisa. Nossa produção depende da renovação das gerações de pesquisadores”, afirma Vilhena. Além disso, o evento tem como objetivo estimular a leitura entre os estudantes, que, segundo ele, têm demonstrado um certo distanciamento desse hábito.
Programação do seminário
O seminário será realizado em quatro encontros presenciais, realizados entre a Sala 4 e a Sala de Conferência do campus da Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Cada encontro contará com a presença de professores convidados, todos com vasta experiência em suas respectivas áreas.
Abertura e temas abordados
O evento terá início no dia 29 de maio, com a palestra de abertura do professor Gustavo Henrique Ramos de Vilhena, cujo tema será “O Segundo Reinado no Brasil e a Construção da Identidade Nacional”. O segundo encontro, agendado para 5 de junho, contará com a professora Maria Regina Santos de Souza, que discutirá “A Guerra do Paraguai e os Batalhões Patrióticos no Brasil”, trazendo à tona a participação da região nordestina nesse conflito histórico.
No dia 13 de junho, o Prof. Me. Ítalo José de Sousa, do Campus de Oeiras, abordará o tema “Seca de 1877: a Emergência do Sertão-problema e a Estética da Fome”, um prontuário sobre os impactos sociais e culturais provocados pela seca mais devastadora da história nordestina. Por fim, no dia 18 de junho, o professor Gustavo Vilhena retorna para encerrar a programação com a palestra “Imagens de Sertão e Cidade na Literatura Piauiense”. O seminário contará com a emissão de certificado de 60 horas.
Importância do seminário para os alunos e a Uespi
Este evento é mais do que uma simples série de palestras; é parte de um movimento mais amplo voltado para a consolidação dos cursos de História da Uespi, especialmente nos campi do interior do estado. De acordo com o professor Vilhena, a presença de professores de diversas regiões do Brasil tem ampliado o intercâmbio acadêmico e as perspectivas de pesquisa na universidade.
“Com a realização deste seminário, estamos dando um passo importante para despertar o interesse dos alunos pela história do Piauí, além de valorizar a literatura regional que, muitas vezes, é deixada de lado”, completa o professor. O evento é um chamado ao reconhecimento das vozes locais e das histórias que se entrelaçam para constituir a identidade do país.
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