O senador Renan Calheiros (MDB-AL) manifestou nesta quarta-feira (28) críticas ao decreto do governo que elevou o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Ele avaliou a medida como “muito ruim” e destacando que ela “dificilmente passará no Congresso”, onde há dezenas de projetos que buscam cancelar o aumento.
Reações ao aumento do IOF e expectativa no Congresso
Renan Calheiros, que é presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, afirmou que a mudança no tributo foi mal recebida pelo mercado e que a medida deve passar por discussões na Câmara na reunião de líderes marcada para amanhã. “Falar em aumento de imposto nessa altura do campeonato é muito ruim e dificilmente andará no Congresso”, declarou o senador.
O parlamentar ressaltou que o momento exige soluções diferentes, como a qualificação do gasto público, uma área que, segundo ele, nunca foi reformada adequadamente no Brasil. “Já disse para Haddad e para o presidente Lula que a solução é a disciplina de gastos, revisão de contratos, cortes de subsídios e venda de ativos imobiliários”, comentou.
Propostas de ajuste fiscal sem aumento de tributos
Renan afirmou que há alternativas para equilibrar as contas públicas sem elevar tributos, que chegam ao limite há muito tempo. “Temos uma reserva de R$ 1,73 trilhão em ativos imobiliários. Se vendermos 10% disso, já resolveríamos o problema fiscal”, sugeriu. Além disso, ele apontou a possibilidade de fazer cortes em áreas que não impactem a questão social ou o crescimento econômico.
Medidas anunciadas pelo governo
De acordo com as medidas divulgadas na semana passada, o IOF para operações de cartão de crédito, débito e pré-pago no exterior subiu de 3,38% para 3,50%, enquanto para aquisição de moeda em espécie passou de 1,10% para 3,50%. Além disso, o texto inicial também previa uma cobrança de 3,5% sobre remessas de recursos de fundos para investimentos internacionais, mas essa parte foi revista pelo governo após reação do mercado, mantendo a isenção nesse tipo de operação.
Repercussões no mercado financeiro
Segundo analistas, o aumento do IOF e a tentativa de taxar remessas ao exterior geraram forte repercussão negativa. A retirada da cobrança sobre remessas visa amenizar o impacto na diversificação de investimentos no exterior, uma prática comum entre investidores brasileiros.
Perspectivas e próximos passos
Renan Calheiros anunciou que pretende agendar uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o decreto e buscar alternativas que evitem o aumento de tributos. A expectativa é que a votação de projetos contra o aumento aconteça na própria Câmara nesta semana, reforçando a resistência do Congresso às mudanças propostas.
O debate sobre a política fiscal brasileira continua intenso, com o entendimento de que ajustes na gestão dos gastos públicos podem evitar novas elevações de impostos, fortalecendo a sustentabilidade fiscal do país.
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**Meta descrição:** Renan Calheiros critica aumento do IOF e defende cortes em gastos públicos e venda de ativos para evitar elevação de tributos.
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