Brasil, 30 de maio de 2025
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Posse da ministra das Mulheres é marcada por apoio a Marina Silva

A cerimônia de posse de Márcia Lopes se transforma em protesto contra ofensas dirigidas à ministra do Meio Ambiente.

A cerimônia de posse da nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes, realizada nesta quarta-feira (28) em Brasília, transcendeu a formalidade e se tornou um ato de apoio à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Isso ocorreu um dia após ela ter sido alvo de ofensas por parte de alguns parlamentares no Senado Federal durante uma audiência sobre a exploração de petróleo na margem equatorial da foz do Rio Amazonas.

Reação da nova ministra

Em uma entrevista coletiva após a posse, Márcia Lopes expressou seu estarrecimento com a situação vivida por Marina. “Às vezes, as pessoas ficam tão chocadas com aquela atitude e não sabem o desdobramento, que não tomam essa atitude. Mas, se eu estivesse lá, provavelmente agiria”, enfatizou a nova ministra, solicitando que todos se mobilizem contra atitudes desrespeitosas como essa.

Além disso, Márcia Lopes revelou ter conversado com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, sobre a convocação de um encontro com ministras e mulheres parlamentares para discutir respostas a episódios de misoginia e desrespeito no ambiente político. Ela afirmou: “É inadmissível isso. Cada vez que algum deputado se arvora no direito de agir como agiu, é um péssimo exemplo para a sociedade brasileira, para a juventude que vai se afastando da política.”

Solidariedade na cerimônia

A ex-ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ao passar o cargo para Márcia Lopes, fez questão de se solidarizar com Marina Silva, enfatizando a escassez de mulheres na política e a constante vitimização por ataques misóginos. “Aqui quero deixar minha solidariedade”, afirmou Cida.

Essa manifestação de apoio foi ecoada durante toda a cerimônia, com várias parlamentares e representantes de movimentos de mulheres se manifestando em defesa de Marina. A deputada federal Jack Rocha (PT-ES) descreveu os atos contra Marina como um “episódio horroroso” no parlamento brasileiro e destacou a indignação que se espalhou entre as mulheres presentes.

Um ato de desagravo

A posse de Márcia Lopes foi vista como um ato de desagravo em apoio à ministra do Meio Ambiente. A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) insistiu que as mulheres representam mais de 50% da população e que episódios como o ocorrido no Senado não podem ser naturalizados. “Nós, mulheres, não podemos aceitar que aquilo que aconteceu no Senado seja transformado em cotidiano”, disse Erika.

“Não podemos permitir que tenhamos expressões misóginas, que buscam colocar a mulher em locais determinados pelo patriarcado e pela lógica sexista”, complementou.

O ataque a Marina Silva foi considerado, por muitas participantes, um agravante em um contexto que já enfrenta dificuldades com a violência política de gênero. A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) afirmou que a presença feminina na política é um desafio, e que esses ataques são uma tentativa de afastar as mulheres desses espaços.

A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), por sua vez, ressaltou que o ataque não foi apenas a uma ministra, mas a uma mulher que representa a luta pela defesa do território e do meio ambiente. “Atacaram não só a ministra Marina Silva, mas a floresta, as mulheres indígenas e todo o processo de defesa ambiental que nós temos discutido há mais de 40 anos”, alertou.

Luta contra o machismo

Julciane Inês Anzilago, do Movimento de Mulheres Camponesas, se uniu ao coro de repúdio contra as falas agressivas. “Os homens também fazem parte dessa sociedade e assumir a postura contra qualquer tipo de violência em relação às mulheres é fundamental”, concluiu Julciane.

As falas durante a cerimônia refletiram um compromisso coletivo por parte das mulheres políticas em face da misoginia e da violência política. O evento se tornou um marco importante na luta pela igualdade e pelo respeito às mulheres na política brasileira.

Em suma, a cerimônia de posse da ministra das Mulheres não só celebrou a chegada de uma nova liderança, mas também reafirmou um compromisso coletivo contra a misoginia e a violência política, buscando garantir que incidentes como o que afetou Marina Silva não sejam aceitos como norma.

*Colaborou Sayonara Moreno, da Rádio Nacional.

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