Brasil, 30 de maio de 2025
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Polícia Federal investiga esquema de espionagem e homicídio no Brasil

A PF revela investigações sobre um grupo suspeito de monitorar autoridades e a conexão com homicídios políticos.

A Polícia Federal (PF) anunciou nesta quarta-feira a abertura de investigações sobre um grupo suspeito de prestar serviços de monitoramento a autoridades, incluindo deputados, senadores e ministros de Cortes superiores. A atuação desse grupo, que conta com a participação de militares da ativa e reservistas, levanta sérias preocupações sobre a segurança pública e a democracia no Brasil.

Atividades suspeitas e ameaças à democracia

A deputada federal do PSOL, que acompanha o desenrolar das investigações, expressou grande preocupação com a possibilidade da existência de redes de financiamento e apoio político a esses grupos. Ela classificou a situação como uma “grave ameaça à democracia, à segurança pública e aos direitos humanos no Brasil”. As suspeitas são ainda mais alarmantes, uma vez que se alega a presença de organizações paramilitares ilegais, grupos de extermínio e redes de incitação ao ódio nas plataformas digitais.

Detalhes das operações de espionagem

Documentos coletados durante as investigações revelaram que os serviços de monitoramento incluíam valores exorbitantes para acompanhamento de autoridades. Por exemplo, o custo para monitorar senadores seria de aproximadamente R$ 150 mil, enquanto que para ministros do Poder Judiciário o preço chegaria a R$ 250 mil. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, teve seu nome mencionado nas anotações, e ele mesmo declarou se tratar de um “fato estarrecedor”.

Vínculos com homicídios e organização criminosa

Além da espionagem, as atividades do grupo se estendem ao uso de armamentos pesados e a execução de crimes como homicídios. A PF deflagrou a sétima fase da operação que investiga um suposto esquema de corrupção no Poder Judiciário, relacionado ao assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023. Através da análise do celular de Zampieri, os investigadores descobriram indícios de corrupção envolvendo desembargadores e assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Cumprimento de mandados e prisões

Durante a operação, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão em estados como Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, está conduzindo o inquérito e determinou a execução dessas medidas após serem citados ministros do STJ no caso.

Dentre os indiciados, destaca-se o fazendeiro Aníbal Moreno Laurindo, apontado como suposto mandante do homicídio de Zampieri, vinculado a uma disputa agrária que envolve uma propriedade avaliada em R$ 100 milhões. Outro alvo é o coronel do Exército da reserva, Etevaldo Luiz Caçadini, que teria atuado como intermediador entre os executores e o mandante.

Consequências e reações

O assassinato do advogado, executado com múltiplos disparos em frente ao seu escritório, foi filmado por câmeras de segurança, o que torna a evidência ainda mais contundente. De acordo com a Polícia Civil, o executor seguiu Zampieri pelas ruas antes de cometer o crime. Ele confesso foi preso e confirmou sua participação no homicídio.

A defesa do coronel Caçadini reafirmou que não foram encontrados elementos ilícitos relacionados ao seu cliente, demonstrando confiança nas instituições e na inocência dos envolvidos. Já a defesa do atirador, Antônio Gomes da Silva, se manifestou apenas após tomar conhecimento integral da investigação.

Investigações em andamento

As investigações de corrupção já foram prolongadas pelo STF devido à complexidade do caso, com indícios que vão além do que a PF inicialmente imaginava. O trabalho da Polícia Federal continua a desvelar as cenas obscuras que ligam espionagem, homicídios e corrupção no Brasil, numa tentativa de restaurar a confiança nas instituições democráticas e na segurança da população.

O caso ainda está em desenvolvimento e novos desdobramentos são aguardados, enquanto a sociedade brasileira se depara com a necessidade de mudança e reflexão sobre a vigilância em relação à democracia e direitos humanos no país.

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