Na semana passada, foi aprovado na Câmara dos Deputados o aumento do IOF para pessoas jurídicas, medida que recebeu forte oposição de partidos de centro e esquerda. Com pelo menos 19 projetos de decreto legislativo (PDLs) e um no Senado pedindo o cancelamento, a oposição ganha força e mantém a mobilização contra a proposta.
Posicionamentos e articulações na Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o tema será debatido em reunião de líderes nesta semana. Ele pediu que os coordenadores das bancadas partidárias se reunissem com seus deputados para deliberar sobre o assunto, com reunião prevista para esta quinta-feira.
Partidos de centro apoiam a resistência
O União Brasil decidiu apoiar os projetos após reunião nesta terça-feira. Segundo Pedro Lucas Fernandes, líder do partido, a decisão foi praticamente unânime: “A maioria dos deputados sinalizou positivamente para os PDLs”.
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), também declarou que defenderá os projetos. “Vou trabalhar para que eles sejam pautados. Se existem ajustes a serem feitos na economia, o aumento de impostos não é um deles”, afirmou.
O PSD, outro partido de centro, também deve pressionar para que o tema seja colocado em votação, com a maioria apoiando o cancelamento do aumento do IOF. Segundo o vice-líder do governo, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), há uma insatisfação significativa no partido com a política de aumento de tributos do governo.
União de partidos de esquerda e partidos que saíram da base
O PDT, que recentemente saiu da base do governo, anunciou o apoio às propostas de cancelamento dos decretos do IOF. O líder do partido, Mario Heringer (PDT-MG), afirmou que há maioria na Câmara para votar contra o aumento e que o assunto será tema principal na reunião de líderes.
Repercussões e perspectivas
A pressão dos partidos de centro e esquerda pode influenciar significativamente a pauta na Câmara, que ainda não aprovou oficialmente o cancelamento do aumento do IOF. A expectativa é que a votação esteja próxima, dependendo do alinhamento entre os partidos opositores e os movimentos internos na Casa.
Segundo análise de especialistas, a resistência ao aumento de impostos reflete uma insatisfação crescente com a política fiscal do governo, que tem aumentado tributos frequentemente. A decisão final deve depender também do resultado das negociações na reunião de líderes nesta semana.
Fonte: G1 Globo