Brasil, 5 de junho de 2025
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Operação policial revela tabela com preços para espionagem no Brasil

Polícia Federal desvenda esquema de espionagem com tabela de preços para monitoramento de autoridades e potenciais envolvidos em assassinato.

A recente operação da Polícia Federal (PF) trouxe à tona um esquema alarmante de espionagem relacionado à venda de sentenças judiciais. Durante as investigações, agentes encontraram uma tabela que estabelece preços para o monitoramento de diversas autoridades, revelando a existência de uma organização criminosa chamada “Comando C4”, que se autodenomina “Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos”. Os custos previstos incluem R$ 150 mil para senadores e R$ 250 mil para ministros do Poder Judiciário.

Detalhes da operação e das atividades ilegais

Além da tabela, a PF identificou que as atividades do grupo criminoso envolviam armamentos pesados, como fuzis e minas, além da oferta de serviços avulsos que incluíam locação de imóveis e o uso de garotas e garotos de programa para abordagens disfarçadas. A existência dessa tabela foi revelada pela coluna da jornalista Daniela Lima, do portal G1, e confirmada pelo jornal O Globo.

As operações do “Comando C4” não paravam por aí. Também foram mencionados na tabela serviços de contratação de hackers e equipes de inteligência, reconhecimento e operações, demonstrando a complexidade e sofisticação do esquema.

Motivações por trás da operação

A operação da PF foi desencadeada em resposta ao assassinato do advogado Roberto Zampieri, que ocorreu em dezembro de 2023, em Cuiabá. Zampieri era crucial para a investigação de um esquema que envolvia a venda de decisões judiciais, inicialmente descoberto no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e que se expandiu para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os investigadores se depararam com indícios de pagamento de propinas a desembargadores e assessores de ministros do STJ a partir do celular do advogado assassinato. Este crime em si estava ligado a uma disputa agrária por uma propriedade em Paranatinga (MT), que estava avaliada em torno de R$ 100 milhões.

Mandados cumpridos e detidos

Os agentes da Polícia Federal executaram cinco mandados de prisão preventiva, quatro de monitoramento eletrônico e seis de busca e apreensão em diferentes estados, incluindo Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. A corporação destacou que “descobriu a existência de uma organização criminosa responsável pela prática de crimes como espionagem e homicídios sob encomenda”. As ordens de prisão foram expedidas pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, que está à frente do inquérito, dado que a investigação revelou citações a ministros do STJ.

Os alvos dos mandados de prisão incluem Aníbal Moreno Laurindo, o suposto mandante do assassinato de Zampieri, que já havia sido indiciado por homicídio qualificado. Outros detidos incluem um coronel do Exército, Luiz Caçadini, que supostamente atuou como intermediador, e Antônio Gomes da Silva, identificado como o atirador.

Impacto e consequências da operação

O assassinato do advogado, que foi alvo de 10 disparos em frente ao seu escritório, foi registrado por câmeras de segurança, mostrando a brutalidade e a premeditação envolvidas no crime. Após ser apreendido pela Polícia Civil, o executador confessou o assassinato, o que ampliou as investigações tanto da Polícia Civil quanto da PF.

Com a prorrogação das investigações por mais 60 dias pelo ministro Zanin, fica claro que o caso é bem mais complexo do que os investigadores inicialmente previam. Em março, o prazo das investigações já tinha sido estendido anteriormente, levando em conta a sofisticada estrutura da organização criminosa.

A operação não apenas busca justiça pelo assassinato do advogado, mas também visa desmantelar uma rede de corrupção e espionagem que pode ter implicações profundas na integridade do sistema judicial brasileiro. As revelações sobre a tabela, os preços estipulados para serviços de espionagem e as conexões ligadas a altos membros da sociedade levantam sérias questões sobre o estado da ética e da legalidade no país.

Essa operação e suas descobertas indicam um alerta sobre a profundidade da corrupção e da criminalidade que ainda permeiam setores da sociedade brasileira, evidenciando a necessidade de vigilância contínua e reformas estruturais para proteger a justiça no país.

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