Na Audiência Geral desta quarta-feira, dia 28 de maio, realizada na Praça São Pedro, em Roma, o Papa Leão XVI deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre as parábolas do Evangelho. O Pontífice escolhido para refletir sobre a parábola do Bom Samaritano, uma poderosa lição de humanidade e compaixão, incentivou os fiéis a confrontarem suas próprias ações e escolhas diante da fragilidade dos outros.
Reflexões sobre a fragilidade humana
Cerca de 40 mil fiéis compareceram na Audiência, aproveitando um dia ensolarado para ouvir a mensagem do Papa. Leão XVI ressaltou que as parábolas têm o poder de nos abrir à esperança, pois muitas vezes nos encontramos presos a perspectivas rígidas e limitadas. Dalí, o Papa questionou: “Quando seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão?”
Ao mencionar a história do Bom Samaritano, que se encontra em Lucas 10, 25-37, Leão XVI propôs uma reflexão profunda. Um doutor da Lei pergunta a Jesus quem deve ser amado como próximo, e o Senhor inverte a pergunta: ao invés de perguntar quem é o próximo, devemos nos perguntar como podemos ser próximos daqueles que necessitam.
A jornada do homem ferido
A parábola ilustra a viagem de um homem que desce de Jerusalém a Jericó e se depara com a violência e o abandono. O Papa associou essa trajetória ao caminho da vida, repleta de desafios. “A vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos quem somos. Encontramo-nos perante o outro, com suas fragilidades, e podemos decidir entre cuidar ou ignorar”, ele afirmou.
A compaixão como um ato humano
No relato, um sacerdote e um levita passam pelo homem ferido, mas não param para ajudá-lo. Leão XVI observou que o culto e as práticas religiosas não garantem compaixão. “Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”, afirmou ele, enfatizando que a compaixão deve ser expressão da humanidade e não apenas de obrigações religiosas.
O Papa também destacava a pressa como um obstáculo para a compaixão. Às vezes, a urgência da vida moderna nos impede de oferecer auxílio aos que precisam. “Aquele que pensa que sua própria viagem deve ter prioridade não está disposto a parar por um outro”, advertiu o Pontífice, em contraste com o Bom Samaritano, que se aproximou do necessitado sem hesitações.
Gestos concretos de amor
O Bom Samaritano é descrito como alguém que se envolve e se “suje” para ajudar. Ele cuida do ferido com ações concretas, tornando-se um exemplo vivo do que significa amar ao próximo. “A compaixão deve ser expressa em gestos concretos. O verdadeiro amor requer envolvimento, e muitas vezes, precisamos nos dispor a mais do que o mínimo”, destacou Leão XVI. “O outro não é um pacote para ser entregue, mas alguém para cuidar”, ele concluiu.
O apelo do Papa não apenas desafia cada um de nós a inverter nossa perspectiva sobre o próximo, mas também nos lembra da necessidade de olharmos para o outro com empatia e compaixão. Em um mundo que muitas vezes prioriza interesses pessoais, a mensagem do Bom Samaritano é um chamado à ação.
A Audiência Geral, além de ser um momento de oração e reflexão, se torna uma oportunidade para que os fiéis reavaliem suas ações diárias e busquem uma vida mais plena, marcada pela solidariedade e pelo amor ao próximo.
Para mais detalhes sobre a mensagem do Papa, acesse Vatican News.