O Ministério da Agricultura descartou nesta quarta-feira (28) uma suspeita de gripe aviária em uma granja comercial no município de Aguiarnópolis, Tocantins. A confirmação foi divulgada por um painel do órgão que monitora ocorrências de Síndrome Respiratória e Nervosa em aves.
Casos de gripe aviária no Brasil e atual situação
Além de Aguiarnópolis, o ministério mantém em investigação uma suspeita em uma granja de Anta Gorda, Rio Grande do Sul, que ainda não foi confirmada ou descartada. No domingo, uma suspeita em Ipumirim, Santa Catarina, também foi descartada pelo órgão.
O único foco de gripe aviária em uma granja comercial foi identificado em Montenegro, Rio Grande do Sul, e encerrado no sábado. Essa ocorrência provocou suspensão nas exportações de frango do Brasil por vários países.
Transmissão e segurança sanitária
O Ministério reforça que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos. Segundo a pasta, o Brasil nunca registrou casos da doença em humanos. A doença é provocada pelo vírus H5N1, mas o risco de transmissão ao homem por alimentos é considerado inexistente.
Perspectivas para o status de país livre da doença
Para se declarar livre da gripe aviária, o Brasil precisa permanecer sem casos confirmados em granjas comerciais até o dia 18 de junho. Esse prazo corresponde ao período de 28 dias conhecido como “vazio sanitário”, que inicia após a desinfecção total da granja de Montenegro em 22 de maio.
O ciclo do vírus H5N1 exige esse período de segurança para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente, reforçando a contenção da doença e a proteção sanitária da avicultura brasileira.
Reabertura internacional e impacto nas exportações
Após o cumprimento do período de monitoramento, o governo iniciará negociações para a reabertura das exportações de frango. Caso o país seja considerado livre da doença, poderá retomar as vendas aos principais mercados internacionais, como a China, que atualmente bloqueou todas as importações do Brasil.
Enquanto isso, Emirados Árabes Unidos e Japão suspenderam compras somente do município de Montenegro, impactando de forma limitada o comércio com esses países. A Arábia Saudita, principal cliente do Brasil, ampliou a suspensão para todo o estado do Rio Grande do Sul.
Razões para diferentes restrições internacionais
Segundo especialistas, a variação nas restrições se deve à estratégia de regionalização adotada pelo Brasil, que visa limitar o embargo ao município ou região afetada, ao invés de suspender as compras de todo o país. Marcel Moreira, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, destacou que há apenas um frigorífico em Montenegro, fora do raio de risco, que realiza exportações.
A expectativa do governo é que, após o fim do período de segurança sanitária e a confirmação de que o vírus foi eliminado, o país possa voltar a exportar normalmente e retomar sua posição no mercado internacional de carnes de aves.
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