O mercado financeiro brasileiro apresentou um dia de maior volatilidade nesta quarta-feira (28), impulsionado por incertezas domésticas e internacionais. O dólar comercial fechou em R$ 5,695, com alta de 0,89%, enquanto a bolsa de valores caiu quase 0,5%, encerrando aos 138.888 pontos.
O movimento do dólar e a situação da bolsa de valores
A cotação do dólar chegou a operar acima de R$ 5,70 durante a manhã, atingindo uma máxima de R$ 5,71 por volta das 13h20. Com isso, a moeda acumulou alta de 0,85% na semana e de 0,33% em maio. Para 2025, a projeção indica uma queda de 7,85% na divisa.
Já o índice Ibovespa, da B3, fechou com queda de 0,47%, caindo para 138.888 pontos, interrompendo uma sequência de três altas. Apesar da perda nesta quarta-feira, o indicador acumula ganho de 0,77% na semana.
Fatores internos e externos influenciam o mercado
As oscilações acontecem diante de fatores domésticos, como as incertezas em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A possibilidade de o Congresso derrubar o decreto que eleva a alíquota do tributo provoca receios de que as metas fiscais de 2025 possam ser comprometidas.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a pasta “está disposta a estudar alternativas” para revogar pontos do decreto do IOF. A declaração foi feita após reunião com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e presidentes de entidades bancárias (Fonte).
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reunirá nesta noite o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e líderes partidários na residência oficial do Senado para discutir a crise política provocada pela medida.
Impacto da política monetária americana no mercado brasileiro
Nos Estados Unidos, a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) impulsionou o dólar globalmente. O documento mostrou que o banco central norte-americano optará por manter uma postura cautelosa na política de juros, aguardando dados sobre a inflação.
Essa postura reduziu as apostas de cortes de juros ainda no primeiro semestre, gerando maior fuga de capitais de economias emergentes, como o Brasil. Juros altos nos Estados Unidos tendem a fortalecer o dólar e pressionar o mercado de ações brasileiro.
*com informações da Reuters
Perspectivas para o mercado
Especialistas apontam que as próximas semanas poderão ser marcadas por maior volatilidade, com atenções voltadas às decisões do Congresso e ao comportamento da inflação nos EUA. As ações do governo para aprovar o aumento do IOF também serão decisivas para a recuperação ou continuidade da instabilidade.
Além disso, o movimento do Federal Reserve indica que os juros internacionais permanecerão elevados, o que deve manter o dólar em patamares elevados e limitar os ganhos na bolsa brasileira.