As recentes ações do governo federal para ajustar o orçamento de 2025 têm provocado forte reação negativa, mesmo após medidas consideradas necessárias por parte da equipe econômica. Entre as mudanças, destacam-se ajustes no IR, no IOF e no contingenciamento de despesas, o que gerou críticas e debates entre empresários, representantes do Congresso e especialistas.
Reações às alterações fiscais e tributárias
Um dos principais pontos de insatisfação é o aumento da carga tributária, especialmente com a elevação do IOF, que vinha sendo uma pauta de preocupação, dada sua relação com a eficiência do sistema tributário. Segundo fontes do governo, a medida visa arrecadar R$ 20 bilhões neste ano e quase o dobro em 2026, o que recebeu forte resistência de parlamentares e entidades empresariais, que consideram o aumento exagerado.
De acordo com informações divulgadas, houve uma tentativa de promover maior isonomia tributária, ampliando o IOF para operações de crédito bancário e aquisição de moeda estrangeira, mas esse movimento foi visto como uma forma de encarecer ainda mais o crédito, agravando a inadimplência de pequenas e médias empresas. Governo busca acordo judicial para devolução de descontos do INSS.
Impacto na confiança e na economia
Especialistas avaliam que as ações recentes demonstram uma estratégia de curto prazo, focada em arrecadação, mas que pode comprometer a credibilidade do governo perante os mercados e os investidores. O aumento de tributos e o contingenciamento de despesas, que prevê o bloqueio de R$ 31 bilhões, reforçam a percepção de uma política fiscal mais rígida, que pode dificultar a retomada do crescimento.
Além disso, há uma preocupação com a constitucionalidade do uso do IOF, considerado um imposto regulatório que, pela legislação, pode ter alíquotas alteradas por decreto presidencial. Em caso de questionamento no Supremo Tribunal Federal, essa medida poderia gerar novos obstáculos à sustentabilidade das ações fiscais.
Reações e desafios políticos
Na direção política, há uma pressão crescente por parte do Congresso, que já apresentou quase 20 projetos para cancelar o aumento do IOF, e por setores empresariais que veem nas mudanças uma ameaça à atividade econômica. Segundo fontes do setor, a falta de medidas para reduzir os gastos do orçamento, além do aumento de tributos, pode agravar a deterioração das perspectivas econômicas.
Por outro lado, o governo insiste na necessidade de manter o ajuste fiscal e de recuperar a confiança dos investidores, apesar do descontentamento generalizado. A avaliação é que a adoção de uma política mais equilibrada é fundamental para evitar maiores distorções no sistema tributário e garantir o cumprimento das metas fiscais.
Perspectivas futuras e riscos
O próximo passo inclui o envio ao Congresso de uma medida provisória detalhando as mudanças no orçamento, previsto para os próximos dias. No entanto, especialistas alertam que o aumento de impostos, sem uma estratégia clara de redução de gastos, pode comprometer a estabilidade fiscal e a recuperação econômica a longo prazo.
Pesquisa do mercado indica que a desconfiança em relação às ações do governo pode se aprofundar se as medidas não forem equacionadas com maior cuidado. Assim, o desafio central será equilibrar arrecadação, responsabilidade fiscal e estímulo ao crescimento, evitando uma crise de confiança maior no cenário político-econômico.