O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, nesta quarta-feira (28/5), cidades na Paraíba e em Pernambuco para a inauguração de obras conectadas à transposição do Rio São Francisco. Durante a cerimônia, Lula discorreu sobre a dificuldade histórica que o povo nordestino enfrenta devido à seca e fez uma declaração contundente: “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu seria presidente do Brasil para resolver o problema histórico”.
A profunda conexão de Lula com o Nordeste
Na sua fala, Lula enfatizou a importância da água para a vida no semiárido, lembrando como a escassez impactou a vida de gerações. Ele relatou experiências pessoais de fome e sofrimento, enfatizando que somente alguém que viveu essas dificuldades poderia realmente compreender a necessidade de promover mudanças efetivas na região. “É preciso saber o que é, muitas vezes, aqui no Nordeste, a mãe dava cachaça para uma criança para matar ou enganar a fome dela. (…) Não tô falando de 10 anos, tô falando de 179 anos que se prometia água para essa região”, declarou.
Desafios enfrentados
O presidente também ressaltou as dificuldades enfrentadas durante a sua trajetória política, afirmando que a obra de transposição é uma resposta a uma demanda que perdura há quase dois séculos. “Graças a Deus, descobri uma coisa. Deus deixou o sertão sem água porque ele sabia que eu ia trazer água para cá”, completou, reforçando seu compromisso em resolver essa questão histórica.
Obras da transposição e seu impacto
Lula criticou a forma como a transposição do Rio São Francisco foi idealizada por administrações passadas. “A transposição não era para fazer piscina com onda para os grã-finos do Nordeste puderem surfar, como a gente vê na televisão”, afirmou. De acordo com ele, a verdadeira intenção da obra é proporcionar água potável a cerca de 12 milhões de pessoas que vivem no semiárido brasileiro. “Era uma coisa mais simples e sagrada: dar a todos um copo de água para beber”, destacou.
O presidente enfatizou que, embora o governo federal tenha dado os primeiros passos na realização da obra, a chegada da água às residências das pessoas depende de parcerias eficazes entre as gestões municipais e estaduais. “Essa água tem que chegar no pequeno agricultor, porque o grande tem dinheiro para comprar motor, trator e bomba. O pobre não tem”, comentou, alertando para as dificuldades enfrentadas pelas famílias mais carentes.
A necessidade de parcerias e colaborações
Segundo Lula, para que os benefícios da transposição sejam plenamente realizados, é fundamental que haja um esforço conjunto entre os diferentes níveis de governo. “Cabe ao governo do estado, ao governo federal e ao prefeito fazer parceria para garantir que essa água chegue a quem realmente precisa”, finalizou o petista, evidenciando a importância de uma atuação conjunta para enfrentar as adversidades do semiárido nordestino.
Conclusão
A visita de Lula ao Nordeste e sua firme postura sobre a transposição do Rio São Francisco refletem não apenas seu compromisso com a resolução dos problemas históricos da região, mas também sua conexão emocional e vivencial com os desafios enfrentados por seu povo. Com a necessidade urgente de água no semiárido, ações integradas e eficazes são mais do que necessárias; elas são fundamentais para garantir dignidade e qualidade de vida a milhões de brasileiros que habitam essa parte do país.
Essa cerimônia marca um ponto relevante na história do Nordeste, e as palavras de Lula ecoam como um chamado para a ação coletiva, lembrando a todos da responsabilidade compartilhada em garantir que a água chegue a quem mais precisa.