Na última quarta-feira (28), o influenciador Vitor Belarmino reafirmou, durante um interrogatório no Tribunal de Justiça do Rio, que não estava em alta velocidade no momento em que atropelou e matou o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, logo após o casamento da vítima. No entanto, laudos da Polícia Civil revelaram dados alarmantes: o carro de Belarmino estava a 109 km/h no momento do impacto e alcançou até 160 km/h instantes antes do acidente em uma área onde o limite de velocidade é de apenas 70 km/h.
Os detalhes do acidente
O trágico episódio ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na Zona Oeste do Rio, enquanto Fábio Kikuta e sua noiva, Bruna, atravessavam a via após a cerimônia de casamento. Relatos indicam que Belarmino tentou ultrapassar uma moto quando se deparou com o casal e, em sua defesa, egaiou que fez uma manobra de emergência para evitar a colisão.
“Freei tudo o que podia e tentei jogar o carro para a esquerda em direção ao canteiro, mas tinham dois carros estacionados e, também tentei não bater neles”, explicou Belarmino durante o interrogatório. No entanto, ele não respondeu quando questionado pela promotoria sobre a velocidade em que estava antes de frear o veículo.
Medo de represálias e omissão de socorro
Além de ser acusado de homicídio doloso, que implica a intenção de matar, Vitor Belarmino também enfrenta a grave acusação de omissão de socorro. O influencer declarou que, após o acidente, percebeu a chegada de várias pessoas para ajudar Fábio, mas decidiu deixar o local por medo de ser linchado.
“Vi várias pessoas chegando para socorrer e, também, a taça de vinho que a Amanda carregava quebrada no banco de carona. Fiquei com medo de ser linchado e segui”, alegou Belarmino. Essa atitude tem gerado forte indignação pública, uma vez que a falta de auxílio em uma situação de emergência é considerada uma infração penal no Brasil.
O desenrolar do caso
O acidente ocorreu em 2024 e Belarmino permaneceu foragido por 10 meses antes de se entregar à polícia no dia 19 de maio do corrente ano. Durante a audiência, a juíza Alessandra Roidis, titular da 1ª Vara Criminal, determinou que a imprensa não acompanharia o interrogatório, restringindo, assim, o fluxo de informações sobre o caso durante o processo judicial.
Imagens de segurança do local do acidente mostram o impacto brutal entre o veículo de Belarmino e Fábio Kikuta, que foi arremessado e girou várias vezes no ar antes de cair no chão. A BMW continuou seu trajeto e parou apenas alguns metros à frente, antes de o influencer acelerar novamente e deixar a cena, sem prestar qualquer socorro à vítima.
A repercussão do acidente
O caso gerou comoção nas redes sociais e levantou discussões sobre a responsabilidade social dos influenciadores e o impacto de suas ações na vida das pessoas. A nação acompanhou o desenrolar do caso, e a tragédia expôs a fragilidade da segurança nas vias urbanas, especialmente em áreas de grande circulação, como praias e calçadões.
A expectativa agora é de que a justiça seja feita, e que os envolvidos, além de Belarmino, respondam por suas ações e omissões. A morte do fisioterapeuta Fábio Kikuta, que estava prestes a iniciar uma nova fase de vida ao lado de sua esposa, é um triste lembrete dos perigos que permeiam nossas estradas e da importância de respeitar as normas de trânsito.
O caso de Vitor Belarmino levanta questões sobre responsabilidade pessoal, e muitos esperam que o resultado do julgamento possa trazer alguma forma de justiça para a dor causada pela perda de Fábio.
Em meio a tanta tragédia, a sociedade clama por mudanças que garantam a segurança nas vias, além de exigir maior responsabilidade dos condutores para evitar que acidentes como este voltem a acontecer.
