Nesta quarta-feira (28), o Ministério da Agricultura do Brasil atualizou a lista de países que suspenderam a compra de carne de frango brasileira, após o primeiro caso de gripe aviária registrado em uma granja no Rio Grande do Sul, em 15 de maio. As medidas variam desde bloqueios completos até restrições mais localizadas.
Pais como Kuwait e Macedônia do Norte restringem importações
O Kuwait suspendeu a entrada de carne de frango de todo o Brasil, enquanto a Macedônia do Norte ampliou as restrições, passando a bloquear as compras de todo o território nacional, até então restritas ao estado do Rio Grande do Sul. De acordo com o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira, essa medida é uma estratégia para evitar o risco de disseminação da gripe aviária.
Já a Namíbia, flexibilizou sua postura, restringindo suas compras apenas ao Rio Grande do Sul, o foco do foco de contaminação. Outros países, como os Emirados Árabes Unidos e o Japão, bloquearam somente Montenegro, município que não possui exportadores e que fica fora do raio de 10 km do foco da doença.
Impacto nas exportações e risco ao consumo de alimentos
Segundo Marcel Moreira, os bloqueios afetam principalmente as exportações de carne de frango, já que o Brasil é o maior exportador mundial do produto. “Exportações de ovos estão praticamente preservadas, pois o Brasil exporta apenas 1% da sua produção e os principais mercados continuam comprando normalmente, salvo o Chile”, explicou.
O especialista ressaltou que os riscos para o consumo interno de carne de frango e ovos permanecem baixos. “O trabalho de desinfecção na granja de Montenegro terminou na quarta-feira (21), e, se nenhum novo caso for registrado em 28 dias, o Brasil poderá se declarar livre da doença.”
Medidas de prevenção e restrições internacionais
Além do bloqueio momentâneo às importações, o governo reforçou a necessidade de campanhas de vacinação e de práticas sanitárias rigorosas em granjas brasileiras. Alguns mercados, como China, Índia e União Europeia, continuam importando normalmente, enquanto outros segmentos adotam restrições específicas.
Até o momento, países como Angola, Canadá e Japão reforçaram controles mais severos, atingindo diferentes regiões do Brasil, sobretudo o Rio Grande do Sul. A lista completa de restrições evidencia a preocupação internacional com a saúde animal, mas garante que o risco de transmissão ao consumo interno permanece controlado.
Perspectivas futuras e próximos passos
Com o encerramento do período de quarentena, o Ministério da Agricultura trabalha para que o Brasil possa se readequar às exigências dos mercados internacionais. “Se o Brasil não registrar novos casos em 28 dias, poderá se reestabelecer como fornecedor confiável”, afirmou o ministro Carlos Fávaro. A expectativa é que as restrições sejam reavaliadas em breve, dependendo do andamento das ações de combate à gripe aviária.
Para garantir a segurança sanitária, o governo recomenda a continuidade de campanhas de vacinação, controle de aves matrizes e reforço nas práticas de biossegurança na produção avícola.
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