Brasil, 30 de maio de 2025
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Empréstimo consignado privado pode impulsionar crescimento do PIB em 2025

O Itaú Unibanco projeta que a nova modalidade de empréstimo consignado privado pode aumentar o PIB em 0,6 ponto percentual em 2025, impulsionada pela maior competição e redução de juros.

Segundo o Itaú Unibanco, a introdução do consignado privado no mercado financeiro deve gerar um impacto significativo na economia brasileira em 2025. A projeção considera o efeito semelhante ao ocorrido em 2004, quando a modalidade foi criada, promovendo queda de juros e alongamento dos prazos de pagamento, graças ao aumento da concorrência entre os bancos.

Expansão do acesso e efeitos econômicos

De acordo com Julia Guedes, economista do Itaú Unibanco, o universo de consumidores elegíveis ao novo consignado pode chegar a todos os trabalhadores formais, o que equivale a aproximadamente 40 milhões de pessoas. “Isso aumentou bastante a competição, o que deve resultar em redução das taxas de juros e maior prazo médio para pagamento, como aconteceu em 2004”, explica Guedes.

Ela destaca ainda que, por geralmente oferecer parcelas menores, o empréstimo consignado privado libera espaço no orçamento dos trabalhadores. Essa folga pode ser utilizada para aumento do consumo ou contratação de novos empréstimos, estimulando a economia.

Perspectivas para o PIB e a inflação

O Itaú projeta crescimento de 1,5% no PIB em 2024 e de 2,2% em 2025, considerando o impacto do novo consignado. A previsão para a inflação (IPCA) é de 5,5% neste ano e 4,4% no próximo, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer em 12,75% até o final de 2025.

Ainda há risco de postergação da queda de juros

Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú, afirma que as expectativas de inflação continuam desancoradas, o que pode levar o Banco Central a manter a Selic elevada por mais tempo. A previsão é de que os juros comecem a cair apenas no primeiro trimestre de 2025, mas há risco de esse movimento ser adiado para o segundo trimestre.

Ele comenta: “Acredito que o Banco Central vai manter a taxa de juros parada por bastante tempo para alinhar as expectativas à meta. Ainda não há espaço para queda este ano, só em 2025, com risco de postergação.”

Tributação e arrecadação com operações de crédito

Embora os cálculos internos do banco indiquem que o aumento do IOF sobre operações de crédito e câmbio pode arrecadar R$ 37 bilhões, o Itaú avalia que esse valor possivelmente será menor. O reajuste pode levar contribuintes a migrar para produtos não tributados, reduzindo a arrecadação para cerca de R$ 21 bilhões, segundo estimativas do banco.

Mário Mesquita ressalta: “Essa é uma estimativa incerta, pois depende das reações dos contribuintes. A carga tributária já é alta e sempre há uma reação.”

Propostas de tributação para aumentar receitas

Os economistas também destacaram a possibilidade de elevar a arrecadação por meio de medidas de tributação de apostas esportivas, equiparando sua tributação à de produtos como cigarro, bebidas alcoólicas e criptomoedas. Mesquita comentou: “Muita gente passou a apostar em esportes, então taxar apostas esportivas pode ser uma fonte importante de receita.”

Pedro Schneider, economista do Itaú, acrescenta que há também a necessidade de medidas para corrigir distorções tributárias e revisar gastos públicos. Ele pontua: “O Brasil tem o menor nível de desemprego em anos, mas os gastos com seguro-desemprego e estatais dependentes do Tesouro ainda são elevados. Além disso, a inflação está controlada, mas o reajuste de servidores públicos e despesas com estatais precisam ser enfrentados.”

Para mais detalhes, acesse a matéria na fonte: Fonte: O Globo.

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