Brasil, 30 de maio de 2025
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Dívida pública federal ultrapassa R$ 7,6 trilhões e dispara com juros

Primeira vez na história, a Dívida Pública Federal atinge R$ 7,617 trilhões em abril, impulsionada pelos juros altos e maior emissão de títulos

Nesta quarta-feira (28), o Tesouro Nacional divulgou que a Dívida Pública Federal (DPF) atingiu R$ 7,617 trilhões em abril, o que representa um aumento de 1,44% em relação a março. Este é o maior valor já registrado na história do país, impulsionado principalmente pela alta dos juros e pelas despesas com juros sobre a dívida.

Endividamento atinge recorde e deve seguir crescendo

Segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado em fevereiro, estima-se que a dívida possa encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões. Mesmo com essa escalada, o valor atual ainda está abaixo do previsto inicialmente, refletindo a instabilidade econômica e a alta das despesas financeiras do governo.

Situação da dívida interna e emissão de títulos

A Dívida Pública Mobiliária (DPMFi), que corresponde a títulos internos, subiu 1,55%, passando de R$ 7,199 trilhões em março para R$ 7,31 trilhões em abril. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 41,42 bilhões adicionais em títulos, principalmente atrelados à inflação, enquanto resgatou R$ 163,04 bilhões devido ao vencimento de títulos prefixados, cuja remuneração fixa sofre com altas da taxa Selic.

Juros acumulados elevam a dívida

O principal fator para o aumento da dívida interna foi a apropriação de R$ 70,3 bilhões em juros, que refletem o reconhecimento do governo sobre a correção dos títulos emitidos, com a taxa básica da economia, a Selic, atualmente em 14,75% ao ano. Devido a essa taxa, a apropriação de juros pressiona o crescimento do endividamento.

Redução da dívida externa e reserva financeira

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) apresentou redução de 1,1%, passando de R$ 309,54 bilhões em março para R$ 306,13 bilhões em abril, influenciada pela queda de 1,42% do dólar no período. Já o colchão financeiro, que reserva recursos para momentos de turbulência, recuperou-se de R$ 869 bilhões em março para R$ 904 bilhões em abril, chegando ao maior nível desde agosto.

Reserva cobre cerca de 8,6 meses de vencimentos

O Tesouro Nacional estima que o colchão financeiro seja suficiente para cobrir 8,57 meses de vencimentos da dívida, dispondo de R$ 904 bilhões. Nos próximos 12 meses, estão previstos vencimentos de R$ 1,365 trilhão em títulos federais, o que mantém o cenário de alta pressão sobre o endividamento.

Composição da dívida e perfil dos títulos

Com os vencimentos de títulos prefixados, a participação dos papéis com juros fixos caiu de 21,51% em março para 20,23% em abril, devendo encerrar 2025 entre 19% e 23%, conforme o PAF. Já os títulos atrelados à Selic cresceram de 46,38% para 47,3%, refletindo o interesse dos investidores na alta atual da taxa básica, que impacta diretamente na composição da dívida.

Os títulos indexados à inflação tiveram participação levemente elevada, passando de 28,01% para 28,46%. Além disso, a proporção de títulos vinculados ao câmbio caiu de 4,11% para 4,01%, dentro do limite estabelecido pelo planejamento.

Prazos e perfil dos detentores

O prazo médio da dívida subiu de 4,12 para 4,17 anos, indicando maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos a longo prazo. Os principais detentores continuam sendo instituições financeiras, com participação de 30,5%, seguidas por fundos de pensão (23,9%) e fundos de investimento (22,1%).

Mesmo com a instabilidade no mercado externo, a participação de investidores estrangeiros cresceu de 9,6% em março para 9,7% em abril, após ter atingido 11,2% em novembro de 2023, o maior nível desde março de 2018.

Por meio da dívida pública, o governo arrecada recursos para financiar suas despesas, assumindo o compromisso de devolver os valores com juros em prazos que variam de acordo com a composição da dívida.

Para mais detalhes, acesse a fonte oficial do [Agência Brasil](https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-05/divida-publica-sobe-144-em-abril-e-supera-r-76-tri).

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