No cenário político do Rio de Janeiro, a disputa pela vaga no Senado em 2026 já começa a tomar forma e conquistar as atenções dos eleitores. Após não ser escolhido como vice na chapa de reeleição do prefeito Eduardo Paes, o deputado federal Pedro Paulo, líder do PSD no estado, surge como uma alternativa relevante no contexto pré-eleitoral. O cenário é ainda mais intrigante com a incerteza das alianças políticas que Paes pretende formar, envolvendo desde o PT até representantes do campo mais conservador e de igrejas evangélicas.
A corrida eleitoral e as alianças em construção
Com as eleições se aproximando, cada estado brasileiro escolherá dois senadores em 2026, o que elevará a competitividade entre os candidatos. O círculo próximo de Eduardo Paes defende firmemente que um dos candidatos deve ser alguém identificado com sua liderança, garantindo uma continuidade de votos entre seus apoiadores. Pedro Paulo, apontado como a principal figura desse alinhamento, mostra-se interessado em pleitear uma candidatura ao Senado. Entretanto, sua decisão não é simples, pois o deputado se preocupa em perder uma possível reeleição para a Câmara dos Deputados, onde atualmente ocupa seu quarto mandato.
Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, destaca Pedro Paulo como um dos destaques do partido e sugere que ele é uma aposta segura em função da popularidade de Paes, refletida nas últimas pesquisas eleitorais.
O panorama das candidaturas e os desafios pessoais
Historicamente, a corrida pelo Senado no Rio tem sido dominada por candidatos que têm forte ligação com as igrejas evangélicas. Figurões como Marcelo Crivella e Arolde de Oliveira têm se estabelecido neste cenário, e a disputa de 2026 pode não ser diferente. Nomes como Otoni de Paula e o próprio Crivella estão em conversações para consolidar uma única candidatura entre eles, em vez de dividir os votos. Otoni, que é ligado à Assembleia de Deus, já declarou sua intenção de se candidatar ao Senado, afirmando que busca apoio de Eduardo Paes para aglutinar forças na centro-direita e entre os evangélicos.
A disputa não se limita apenas ao campo da direita, pois partidos de esquerda também estão se movimentando. O PSB, por exemplo, aponta Alessandro Molon como um provável candidato, dada sua expressiva votação nas eleições anteriores. Além disso, o PT se divide entre Benedita da Silva, que deseja retomar a cadeira no Senado para o partido, e Washington Quaquá, que defende o apoio a Molon.
Divisões internas e alianças estratégicas
A fragmentação no bloco político da esquerda pode ser um fator importante que influencia o resultado das eleições. Nos últimos ciclos eleitorais, a falta de uma candidatura unificada poderá trazer dificuldades para o PT, que já experimentou essas divisões em anos anteriores e viu o partido perder a cadeira para adversários. Entre os postulantes da direita, o PL deve lançar Flávio Bolsonaro e Cláudio Castro para a disputa, evidenciando o embate acirrado que se aproxima.
No atual jogo político, o cenário é marcado por diversas incertezas e movimentações estratégicas. Enquanto Pedro Paulo e outros aliados de Paes se posicionam como opções viáveis, os desafios pessoais enfrentados por esses candidatos, como o histórico conturbado de Pedro Paulo, emperram o avanço de suas carreiras públicas. O ex-vice do prefeito não apenas enfrenta a sombra do passado, mas também a concorrência interna e externa que pode moldar a paisagem política do Rio de Janeiro nos próximos anos.
O clima eleitoral já está aquecido na cidade, e o que se pode esperar é que as movimentações se intensifiquem nos próximos meses, culminando em uma disputa acirrada e cheia de surpresas no Senado em 2026. Os próximos passos de cada candidato, principalmente de Pedro Paulo, serão cruciais para definirem as alianças e características da chapa que buscará representar o estado carioca no Senado Federal.