Damián Bobadilla, jovem promessa que trocou o Cerro Porteño, do Paraguai, pelo São Paulo por R$ 10 milhões em 2023, está passando por um momento conturbado no clube paulista. O jogador de 23 anos, que já se destacou como titular da equipe, se envolveu em uma controvérsia em sua primeira partida da temporada na Copa Libertadores, onde foi acusado de xenofobia pelo lateral-esquerdo Miguel Navarro, do Talleres, da Argentina.
A trajetória de Damián Bobadilla no futebol
Nascido em uma família ligada ao futebol, Damián é filho do ex-goleiro paraguaio Aldo Bobadilla, que participou das Copas do Mundo de 2006 e 2010, além de ter passado por clubes renomados como o Boca Juniors e uma breve passagem pelo Corinthians. Em entrevista à ESPN, Damián revelou que quase seguiu os passos do pai como goleiro, mas Aldo o orientou a seguir outra posição, indicando que o meia poderia ter um futuro brilhante no futebol.
O atleta passou quatro meses no Brasil durante sua infância, período que o fez aprender português e desenvolver uma afinidade pelo idioma. Esse conhecimento ajudou na sua adaptação ao retornar ao país em 2023, quando o São Paulo adquiriu 60% de seus direitos econômicos, facilitando sua integração à equipe paulista.
Damián Bobadilla no São Paulo
Na temporada passada, Damián aproveitou a oportunidade criada pelas lesões de Alisson e Pablo Maia, chegando a atuar em 35 partidas, sendo 28 delas como titular, e marcou três gols. Seu bom desempenho rendeu convocações para a seleção paraguaia, na qual participou de dez jogos, balançando as redes uma vez.
No entanto, neste ano, a volta dos jogadores recuperados e decisões táticas do técnico Luis Zubeldía alteraram a situação de Bobadilla no time. Até o momento, ele participou de 21 partidas na temporada, mas só conseguiu iniciar e finalizar quatro jogos. Essa mudança de cenário gerou insatisfação e incertezas em relação ao seu futuro no clube.
Acusações de xenofobia e as repercussões
Recentemente, durante uma partida da Copa Libertadores, Damián Bobadilla se viu no meio de uma grave acusação feita pelo lateral-esquerdo Miguel Navarro. De acordo com Navarro, durante um diálogo em campo, Bobadilla o chamou de “venezuelano morto de fome”. O lateral registrou um boletim de ocorrência após a partida alegando a ofensa, mas Bobadilla já havia deixado o local antes de ser ouvido pela Polícia Militar.
Em uma entrevista ao comentar sobre a situação, Navarro explicou como tudo aconteceu. Ele relatou que estava tentando apressar o árbitro para reiniciar o jogo, quando Bobadilla, aparentemente incomodado, fez a insinuante declaração. “Quando eles [São Paulo] fazem 2 a 1, eu mando o árbitro voltar rápido… E aí ele me disse: ‘Venezuelano morto de fome'”, disse em uma coletiva de imprensa.
O zagueiro Sabino, que também participou do jogo, afirmou que tentou convencer Navarro a continuar em campo, lembrando-o do orgulho que sua família havia por ele. A situação rapidamente se tornou um tema principal nas redes sociais e entre a cobertura da mídia esportiva. A falta de uma resposta imediata de Bobadilla ao incidente gerou questionamentos sobre sua conduta e sua imagem, não apenas no São Paulo, mas também entre os torcedores e críticos do futebol.
Como Damián Bobadilla não foi questionado imediatamente sobre a denúncia, ele será convocado pelas autoridades para esclarecer os fatos, mas ainda não foi anunciada uma data específica para esse depoimento. A polêmica pode trazer consequências sérias para a carreira do atleta e sua imagem pública, que já enfrenta desafios após uma temporada que começou de forma promissora.
Enquanto isso, o São Paulo e seus fãs aguardam o desenrolar das investigações e a recuperação do jogador, que ainda pode ter um futuro brilhante se conseguir superar esse obstáculo e retomar seu bom desempenho em campo.
