Brasil, 30 de maio de 2025
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Comsefaz não discute ICMS das blusinhas em reunião extraordinária

Reunião vitais para a pauta de alíquotas do ICMS das compras internacionais foi ignorada, frustrando o varejo nacional.

No dia 28 de maio, o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) não abordou a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) referente às compras on-line em plataformas internacionais, conhecidas popularmente como “taxa das blusinhas”. A reunião, realizada em Brasília, deixou o varejo nacional desapontado, uma vez que muitas esperavam por uma uniformização das alíquotas entre os 26 estados e o Distrito Federal. Durante o encontro, os secretários se concentraram em discutir a reforma tributária, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu início à sessão.

Expectativas do varejo nacional

Com a ausência do debate sobre o ICMS, o varejo se viu sem orientações claras em relação à tributação das compras internacionais. Em dezembro de 2024, o Comsefaz havia decidido elevar a alíquota do ICMS de 17% para 20%. No entanto, apenas 16 estados e o Distrito Federal decidiram implementar a elevação. A mudança efetiva na alíquota ocorreu apenas em 1º de abril de 2025, criando uma situação de incerteza para comerciantes e consumidores.

Objetivo da elevação do ICMS

Conforme uma nota do Comsefaz divulgada no ano passado, a principal razão para aumentar a alíquota do ICMS é alinhar o tratamento tributário das importações com aquele aplicável aos bens vendidos no mercado interno, promovendo um equilíbrio no comércio local.

Entretanto, a implementação da nova alíquota está nas mãos dos estados, e a proximidade do calendário eleitoral tem tornado essa decisão ainda mais complexa. Um aumento de impostos, por sua natureza, é um tema impopular entre os eleitores e pode acarretar custos políticos significativos para os governantes.

Alterações nas alíquotas de ICMS

  • Em meados de 2024, após pressões do varejo, o imposto de importação (II), que é de competência federal, retornou a incidir sobre compras de até US$ 50. Esta medida visou restaurar condições justas para os varejistas locais em face da concorrência internacional.
  • Anteriormente, essas compras estavam isentas de impostos desde 2023, em função da implementação do Programa Remessa Conforme, da Receita Federal.
  • A partir de agosto do ano passado, todas as remessas internacionais passaram a ser tributadas, incluindo o ICMS, que subiu de 17% para 20%.
  • A nova alíquota é válida apenas para remessas postais e expressas importadas pelo Regime de Tributação Simplificada (RTS).

Estados com mudanças no ICMS

Os estados que mantiveram o ICMS em 17% são:

  1. Amazonas
  2. Amapá
  3. Distrito Federal
  4. Espírito Santo
  5. Goiás
  6. Maranhão
  7. Mato Grosso
  8. Mato Grosso do Sul
  9. Pará
  10. Pernambuco
  11. Paraná
  12. Rio de Janeiro
  13. Rio Grande do Sul
  14. Roraima
  15. Santa Catarina
  16. São Paulo
  17. Tocantins

Os estados que optaram por elevar o ICMS para 20% são:

  1. Acre
  2. Alagoas
  3. Bahia
  4. Ceará
  5. Minas Gerais
  6. Paraíba
  7. Piauí
  8. Rio Grande do Norte
  9. Roraima
  10. Sergipe

Impacto na economia local

A falta de discussões sobre o ICMS das blusinhas acabou por frustar as expectativas do varejo que luta para se estabelecer em um mercado cada vez mais globalizado. Os vendedores alegam que a competição desleal com importadores estrangeiros está dificultando sua sobrevivência. As compras on-line de produtos importados, que são cada vez mais acessíveis aos consumidores, têm gerado uma pressão significativa sobre o comércio nacional, e muitos temem que a ausência de uma regulamentação clara seja prejudicial a longo prazo.

Enquanto os debates sobre a uniformização das alíquotas não acontecem, o futuro da tributação sobre compras internacionais continua incerto. O cenário exige atenção, tanto das autoridades fiscais quanto dos comerciantes, que precisam adaptar suas estratégias de negócios às novas realidades do mercado.

Para mais detalhes sobre a situação do ICMS e suas implicações, acesse este link.

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