A Azul entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos, anunciando uma revisão em seu plano de negócios e uma redução de 35% na frota de aeronaves. A decisão foi divulgada após a empresa registrar dificuldades financeiras, que levaram ao pedido de proteção judicial, considerado esperado pelo mercado. A frota, que contava com 184 aeronaves de passageiros em março, será significativamente reduzida para melhorar a resiliência financeira, conforme comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Reação do mercado e impacto nas ações da Azul
O anúncio gerou forte reação negativa por parte dos investidores. As ações da companhia na Bolsa de Valores brasileira caíram mais de 10%, enquanto no mercado internacional as perdas chegaram a 30% antes da abertura do pregão em Nova York. Segundo especialistas, a redução na frota visa diminuir riscos financeiros, incluindo exposição cambial e alavancagem elevada.
As companhias aéreas geralmente arrendam suas aeronaves, o que eleva custos com leasing. A Azul, assim como outras do setor, recorre à recuperação judicial nos EUA para suspender dívidas relacionadas a arrendamentos, facilitando a reestruturação financeira.
Impactos econômicos e previsão de receitas
A Azul revisou suas previsões de receita para os próximos anos. Para 2025, a receita permanece estimada em R$ 22 bilhões, mas as projeções para 2026 e 2027 foram revisadas, de R$ 24,6 bilhões para R$ 23,1 bilhões, e de R$ 27,9 bilhões para R$ 24,9 bilhões, respectivamente. Apesar das mudanças na frota, a empresa assegura que suas operações e vendas de passagens continuam normais, e o programa de fidelidade será mantido, incluindo benefícios e resgates.
De acordo com a companhia, a reestruturação deve resultar na redução de mais de US$ 2 bilhões em dívidas, além de uma economia de US$ 744 milhões em obrigações com arrendamentos de aeronaves entre 2025 e 2029. A Azul também planeja captar até US$ 950 milhões em novos aportes de capital e obter US$ 1,6 bilhão em financiamentos.
Prazo para conclusão da recuperação judicial
A recuperação judicial nos EUA deve ser concluída em até um ano, com expectativa de encerramento entre o fim de 2025 e o início de 2026, conforme fontes do setor. Isso permitirá à Azul reequilibrar suas finanças e ajustar sua estrutura operacional às novas condições de mercado.
A operação de passageiros e os programas de fidelidade, considerados essenciais para a estratégia da companhia, permanecem inalterados durante esse processo de reestruturação.
Mais detalhes podem ser consultados na matéria completa disponível no site do O Globo.
Azul reduz frota em 35% e inicia recuperação judicial nos EUA; medidas impactam finanças, ações caem e futuro da companhia é reavaliado.
