Brasil, 29 de maio de 2025
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Aliados de Eduardo Bolsonaro comemoram abertura de inquérito

Aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comemoraram discretamente nos bastidores a abertura de um inquérito na Polícia Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar se houve coação por parte do filho 03 de Jair Bolsonaro contra os integrantes do tribunal. “Agradecemos a iniciativa… Foi um presente”, disse um desses aliados em caráter reservado.

O impacto do inquérito na política brasileira

Para o aliado mencionado, a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de abrir o inquérito comprovaria a narrativa adotada pelo filho de Bolsonaro desde que decidiu se licenciar do mandato e residir nos Estados Unidos, alegando que ele e o pai são alvo de perseguições políticas e judiciais. Essa perspectiva reforça a ideia de que as ações da justiça brasileira são vistas, por alguns políticos e apoiadores, como excessos que merecem retaliações internacionais.

A decisão também parece contribuir para fortalecer entre os trumpistas americanos a ideia de que é preciso tomar medidas contra o Supremo brasileiro, em particular contra Moraes, o relator do processo que investiga a trama golpista. Nesse contexto, declarações como a do secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, tornam-se relevantes. Na semana passada, Rubio afirmou no Congresso americano que há “uma grande possibilidade” de que os Estados Unidos adotem sanções financeiras contra Moraes, que podem incluir desde a restrição de vistos até o congelamento de contas bancárias.

Contexto e reações

A fala de Rubio, juntamente com a pressão de Eduardo Bolsonaro para que o governo Trump imponha sanções econômicas contra Moraes, foram fatores decisivos que levaram o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a acatar a representação do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e opinar pela abertura do inquérito. O caso foi, então, distribuído para o próprio Moraes, que já lidou com situações semelhantes antes, como as investigações sobre a fraude do cartão de vacinação do ex-presidente e a negociação de delação premiada com o tenente-coronel Mauro Cid.

A investigação designada à mesma equipe que trabalhou anteriormente na trama golpista na Polícia Federal (PF) pelo Departamento de Inteligência (DIP) levanta questões sobre a imparcialidade dos investigadores. Embora o novo inquérito não esteja formalmente ligado à ação da trama golpista, policiais envolvidos em investigações anteriores alegam ter conhecimento aprofundado dos fatos, o que pode impactar o andamento das apurações.

Implicações e consequências possíveis

Os aliados dos Bolsonaro, tanto do pai quanto do filho, já preveem acidentes e uma possível abertura de processos no STF contra Eduardo. Do lado do STF, há um clima de apreensão por possíveis repercussões políticas. O inquérito abriu uma caixa de Pandora que pode desencadear uma série de complicações judiciais não apenas para Eduardo, mas para toda a família Bolsonaro.

No pedido ao STF pela abertura da investigação, Gonet solicitou que a PF fizesse o monitoramento e a preservação do conteúdo postado nas redes sociais de Eduardo que tenha relação com a investigação. O ex-presidente também foi convocado para depor sobre “a circunstância de ser diretamente beneficiado pela conduta descrita e já haver declarado ser o responsável financeiro pela manutenção do filho nos Estados Unidos”. Esse interrogatório poderá trazer novas informações e reviravoltas ao caso.

Conclusão: onde isso nos leva?

Com o cenário político brasileiro em constante evolução, a abertura do inquérito por parte do STF e a reação dos aliados de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos revelam o quanto as questões judiciárias estão intrinsecamente ligadas à política internacional. As repercussões das sanções apontadas por Rubio podem não apenas afetar Moraes, mas criar um ciclo vicioso de tensões entre o Brasil e os EUA, que se reflete nas dinâmicas políticas internas. O desenrolar dessa história ainda está por vir, mas uma coisa é certa: as tensões aumentaram.

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