Brasil, 30 de maio de 2025
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Ajuízes federais do Brasil reagem a restrições de vistos dos EUA

A associação manifesta repulsa contra a decisão do governo americano que restringe vistos a autoridades acusadas de censura.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) expressou sua preocupação diante da decisão do governo dos Estados Unidos de restringir vistos a autoridades estrangeiras acusadas de promover censura aos americanos. A medida foi anunciada nesta quarta-feira (28/5) e foi classificada pela Ajufe como uma ameaça e tentativa de intimidação a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Judiciário brasileiro.

A decisão dos EUA e suas implicações

A decisão do governo norte-americano visa restringir a entrada no país de autoridades estrangeiras “cúmplices de censura a americanos”, conforme declarado pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Embora Rubio tenha mencionado a América Latina, não esclareceu quais autoridades específicas seriam impactadas pela nova regra, deixando a comunidade internacional em alerta.

Após o anúncio das restrições, Jason Miller, consultor próximo ao ex-presidente Donald Trump, fez uma alusão nas redes sociais ao ministro Alexandre de Moraes, insinuando que ele poderia estar entre os afetados pelas sanções. “Compartilhe isso com alguém que vem imediatamente à sua mente quando você lê isso. Ok, vou começar… Olá @Alexandre!”, escreveu Miller, gerando repercussão imediata e levantando questionamentos sobre as relações entre os dois países.

O papel do ministro Alexandre de Moraes

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, tem sido alvo de críticas e acusações de promover censura por meio de suas decisões judiciais. Parlamentares dos Estados Unidos afirmam que as ordens de Moraes afetam diretamente empresas norte-americanas e cidadãos que se encontram nos EUA. A controvérsia teve início em 2024, quando Moraes decidiu suspender o funcionamento da plataforma de mídia social X no Brasil, em resposta ao descumprimento de ordens judiciais pela empresa.

Recentemente, Moraes foi alvo de uma ação da plataforma Rumble, que, em parceria com uma empresa ligada a Trump, buscava evitar o cumprimento de ordens judiciais emitidas por ele. Durante uma audiência, Rubio apontou a “grande possibilidade” de sanções norte-americanas contra Moraes, com base na Lei Global Magnitsky, que visa punir indivíduos envolvidos em abusos de direitos humanos.

Reações à decisão americana

A resposta da Ajufe foi imediata e contundente. Em nota, a associação considerou as restrições como um ataque à integridade das instituições brasileiras e à estabilidade democrática. A Ajufe também apontou que a pressão diplomática por parte dos EUA configura uma interferência indevida nos assuntos internos do Brasil.

“A Ajufe manifesta total solidariedade aos ministros do STF e reafirma seu apoio à atuação firme e independente da Corte, essencial na defesa da democracia, da Constituição e dos direitos fundamentais. Declara ainda que ataques, sejam de origem externa ou interna, não intimidarão o Judiciário nem ameaçarão a ordem constitucional”, afirmou a associação em sua nota oficial.

Desafios à segurança dos ministros do STF

Adicionalmente, a Ajufe lembrou a sociedade brasileira sobre os recentes relatos de ameaças contra membros do STF, que incluem até planos de investigações e possíveis agressões físicas. Esses fatos revelam um ambiente de crescente tensão em relação ao fortalecimento da liberdade de expressão e ao papel do Judiciário no Brasil.

“Soma-se a isso a pressão ilegítima e inaceitável de autoridades diplomáticas contra o ministro Alexandre de Moraes, configurando um atentado à soberania nacional e à autonomia dos Poderes da República”, afirmaram os juízes federais.

O que vem a seguir?

Com o cenário político brasileiro imerso em controvérsias e tensões, o futuro da relação entre o Brasil e os Estados Unidos poderá ser impactado por essa nova dinâmica de sanções e restrições. A comunidade internacional observa atentamente a resposta do governo brasileiro e as possíveis reações da sociedade civil diante da crescente interferência no Judiciário. A Ajufe reafirma seu compromisso com a defesa da justiça e da soberania nacional, enquanto os cidadãos esperam que seus direitos sejam preservados em meio a essa crise diplomática.

Enquanto a situação se desenrola, a sociedade brasileira continua a debater sobre as implicações dessas decisões e suas consequências a longo prazo para a liberdade de expressão e a democracia no país.

Para mais informações sobre o impacto dessas decisões e a resposta do governo brasileiro, clique aqui.

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