Brasil, 28 de maio de 2025
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Supremo ouve testemunhas em caso de suposta tentativa de golpe

O STF retoma audiência no caso de Anderson Torres, ex-ministro de Segurança, vinculado a tentativa de golpe pós-eleições 2022.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade nesta terça-feira (27/5) ao processo que investiga uma suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após sua derrota nas eleições de 2022. As audiências foram retomadas com o depoimento de testemunhas indicadas pela defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Segurança Pública e réu na ação.

Audiências no Supremo Tribunal Federal

Conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, as sessões têm como objetivo esclarecer pontos cruciais sobre as alegações que envolvem a atuação de Torres. Estão previstas para esta fase do processo a oitiva de oito testemunhas de defesa, incluindo nomes de destaque. O primeiro a depor foi Fabricio Rocha, chefe de repressão a crimes eleitorais na Polícia Federal, que reiterou a participação ativa da corporação durante o processo eleitoral. “Estou há 18 anos no departamento e, desde que entrei, a PF sempre participou ativamente, de modo ostensivo, no 1º e no 2º turnos”, destacou Rocha em seu depoimento.

Após Rocha, o ex-diretor-geral da PF, Márcio Nunes, e outras importantes figuras prestaram esclarecimentos, como delegados e ex-ministros envolvidos de alguma forma no cenário político e eleitoral do Brasil.

Testemunhas de defesa e investigações em curso

Entre as testemunhas esperadas estão nomes relevantes, como:

  • Fabricio Rocha, chefe de repressão a crimes eleitorais na PF;
  • Márcio Nunes, ex-diretor-geral da PF;
  • Leo Garrido de Salles, delegado da PF que depõe na condição de investigado;
  • Alessandro Moretti e Marcos Paulo Cardoso, também delegados da PF;
  • Victor Veiga Godoy, ex-ministro da Educação;
  • Cintia Queiroz de Castro, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal.

É importante ressaltar que Leo Garrido de Salles, além de prestar depoimento, é alvo de investigações relacionadas à atuação da Polícia Rodoviária Federal durante as eleições, uma questão que vem sendo amplamente discutida e indiciada pela PF, colocando em xeque as práticas durante o processo eleitoral de 2022.

Papel de Anderson Torres e as acusações

A acusação contra Anderson Torres, feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal teria integrado uma organização criminosa desde 2021, cujo objetivo era desestabilizar a democracia no Brasil e depor um governo legitimamente eleito. Segundo Gonet, o grupo, supostamente liderado por Jair Bolsonaro, também teria se envolvido em atos de violência e ameaça contra as instituições.

Os indícios de participação de Torres na suposta trama de golpe remontam a declarações feitas pelo ex-ministro em uma live de 2018, onde ele teria contribuído para a desinformação a respeito do sistema de votação eletrônico brasileiro. O procurador-geral também destacou como houve uma falha deliberada na condução das forças de segurança durante os atos de 8 de janeiro de 2023, que culminaram em uma série de depredações e desrespeito às instituições.

“A gravidade das informações que deixaram de ser compartilhadas confirma que houve omissão dolosa dos garantes da ordem pública, em prol do plano disruptivo da organização criminosa”, afirmou Gonet, ressaltando a necessidade de responsabilidade e prestação de contas nesse contexto tão delicado.

Anderson Torres, por sua vez, nega todas as acusações e defende sua inocência ao longo do processo, prometendo colaborar com a justiça para esclarecer os fatos.

Enquanto o STF continua a ouvir testemunhas e a construir o caso, o cenário político no Brasil permanece sob vigilância, com a sociedade atenta aos desdobramentos dessa crucial investigação.

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