O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou nesta semana o projeto Rio AI City, que receberá investimentos iniciais de R$ 5 bilhões pela Elea Data Centers. A iniciativa prevê a implementação de uma infraestrutura tecnológica ambiciosa na região do Parque Olímpico, com capacidade energética de 1,5 GW, podendo chegar a 3,2 GW futuramente, fortalecendo o ecossistema de inteligência artificial na cidade.
Rio AI City: postura inovadora na infraestrutura de tecnologia
O projeto visa criar um campus de inteligência artificial (IA), almejando consolidar o Rio de Janeiro como o maior hub de data centers da América Latina. Essa iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla de transformar a cidade em polo tecnológico regional, promovendo inovação, empregos qualificados e sustentabilidade.
Desenvolvimento de um ecossistema urbano integrado
Segundo Alessandro Lombardi, CEO da Elea Data Centers, o Brasil possui uma das melhores matrizes energéticas do mundo após décadas de incentivos às fontes renováveis. Lombardi afirma que os data centers poderão consumir essa energia limpa, impulsionando a demanda por energia renovável e sustentando o crescimento do setor tecnológico no país.
O projeto está previsto para gerar mais de 10 mil empregos qualificados, integrando também parques, áreas residenciais, espaços culturais, hotéis, opções gastronômicas e iniciativas voltadas à longevidade, formando um ecossistema urbano completo para a cidade.
Contexto estratégico do Brasil na tecnologia e energia
Segundo Lombardi, o Brasil construiu a “melhor matriz energética do mundo” com incentivos às fontes renováveis. Entretanto, ainda há desafios, como a necessidade de regulamentação adequada e melhorias na transmissão de energia, especialmente do Nordeste para o Sudeste, onde se concentra a maioria dos data centers.
Atualmente, 85% dos data centers do país estão em São Paulo, uma concentração que favorece o desenvolvimento econômico local, mas que também apresenta riscos de sobrecarga na transmissão de energia, especialmente em horários de maior consumo, como no período entre 17h e 19h.
Infraestrutura e abrangência regional
Enquanto a maior parte da energia renovável é gerada no Nordeste, a maioria dos data centers está no Sudeste. Investimentos em infraestrutura de transmissão poderiam mitigar esse desequilíbrio. Além disso, a construção de novos parques de energia na região Nordeste permitirá ampliar o uso de energia limpa, atendendo a uma demanda crescente.
Implicações globais e regulatórias
Existe uma discussão internacional sobre ações dos Estados Unidos em restringir a transferência de dados para outros países, o que pode impactar o setor de data centers no Brasil. Embora atualmente 68% da nuvem brasileira esteja hospedada nos EUA, a construção de uma nuvem local é uma prioridade, com investimentos que podem demorar anos para gerar capacidade exportável.
Especialistas ressaltam que a regulamentação brasileira, baseada na Europe, tem foco excessivamente regulador, dificultando a interoperabilidade internacional. Além disso, o Brasil enfrenta o desafio de ampliar sua infraestrutura de energia e tecnologia para competir globalmente.
O papel da IA na inclusão social e oportunidades futuras
Segundo Lombardi, a IA pode promover inclusão social ao facilitar a comunicação e conectar comunidades remotas, além de impulsionar setores como saúde, transporte, tecnologia e fintechs. No entanto, ele observa que a maior parte dos modelos de IA é treinada em inglês e chinês, deixando o português e línguas latinas em segundo plano.
Quanto às notícias de avanços na área, Lombardi acredita que a inovação trará melhorias no mercado de trabalho, que deve evoluir para ambientes mais sofisticados e tecnológicos. A implementação de inteligência artificial no país representa uma oportunidade de crescimento econômico e social ao mesmo tempo em que desafia os investimentos e regulações existentes.
Para saber mais, acesse a matéria completa na Fonte original.